Vice-presidente da Fifa até 2011, Jack Warner desviou milhões de dólares de programas sociais a suas contas privadas. Uma investigação realizada pela BBC revelou neste domingo que o tobaguiano Warner, um dos indiciados pelo Departamento de Justiça dos EUA no escândalo da Fifa, usou cerca de US$ 10 milhões doados pela África do Sul para fins pessoais. Oficialmente, tanto o governo sul-africano como a Fifa insistem que o dinheiro fazia parte de um programa para ajudar a diáspora africana pelo Caribe.
O FBI aponta que o dinheiro seria mais uma prova da compra de votos para sediar a Copa do Mundo. Documentos revelaram que a Fifa sabia de tudo, ainda que o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, insista que quem liberou o dinheiro foi Julio Grondona, outro vice-presidente, morto no ano passado.
Agora, a reportagem da BBC apresenta documentos que, segundo o FBI, seriam indícios de que o dinheiro de fato seria uma propina, em troca do voto de Warner para a África do Sul. O governo sul-africano concorria contra o Egito e Marrocos.
De acordo com extratos bancários, Warner usou os recursos para fins pessoais e desviados. Três depósitos nos dias 4 de janeiro, 1 de fevereiro e 10 de março de 2008 totalizaram US$ 10 milhões.
Mas, dias depois, o dinheiro foi enviado para uma rede de supermercados de Trinidad e Togado, a JTA. US$ 4.8 milhões foram para a empresa, em diversos depósitos. O maior deles ocorreu em fevereiro de 2008, com US$ 1,3 milhão. Em seguida, o dinheiro voltou a Warner, na moeda local.
Além do esquema com o supermercado, uma série de depósitos foram feitos para aliados de Warner, num total de US$ 360 mil. Segundo a investigação, mais US$ 1 milhão foi usado para pagar contas de cartão de crédito de Warner e devolver empréstimos.
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