Não será dessa vez que a Fifa terá um novo presidente brasileiro. O ex-jogador e agora treinador Zico não conseguiu o apoio de cinco federações nacionais para se inscrever a tempo na eleição para a presidência da entidade, que está marcada para 26 de fevereiro de 2016. O prazo se encerrou às 21 horas (de Brasília) desta segunda-feira (26).
Pelas redes sociais, o ex-atleta lamentou a falta de apoio e criticou o atual modelo de eleição da entidade que comanda o futebol mundial. “Estávamos animados ontem [domingo] com seis promessas de cartas, mas hoje o movimento da Uefa com a retirada de Platini mudou todo o cenário. A forma atual da eleição da Fifa realmente não favorece a mudança. Basta ver que os nomes que estão aí para esta eleição dificilmente poderão realmente falar em mudança”, disse.
Zico lançou o nome após o atual presidente Joseph Blatter anunciar que renunciaria e haveria novas eleições após casos de corrupção de cartolas da Fifa virem à tona – sete dirigentes estão presos na Suíça, entre eles o brasileira José Maria Marín, ex-presidente da CBF.
Pela regra da eleição da Fifa é preciso ter o apoio de cinco federações nacionais para poder se candidatar. Primeiro ele focou em associações de países onde jogou ou treinou, como Japão, Turquia e Índia.
Candidatos
No total, serão oito os candidatos para suceder a Joseph Blatter. O grande favorito, Michel Platini, foi suspenso do futebol por 90 dias diante de suspeitas levantadas por um pagamento de US$ 2 milhões entre Blatter e ele. Enquanto seu processo não for julgado, ele não pode fazer campanha.
Com Platini no limbo, a corrida está aberta e críticos da Fifa chegaram a alertar que o afastamento do francês foi uma estratégia de Blatter para criar um caos nas eleições e até impedir que ela ocorresse. Seu plano, ao anunciar que renunciaria em junho, era de minar todos os potenciais nomes e mostrar que apenas ele poderia fazer a reforma necessária na entidade. Mas seus planos desmoronaram quando a Justiça suíça abriu investigações contra ele por gestão desleal e apropriação indevida de recursos.
Um dos nomes de maior influência passou a ser o do xeque Salman Al Khalifa, do Bahrein, presidente da Confederação Asiática de Futebol e até semana passada uma aliado incondicional de Platini. Com a capacidade de reunir dezenas de votos e um amplo cofre para financiar sua campanha, o xeque é um dos nomes mais fortes. Mas seu envolvimento na repressão contra dissidentes no Bahrein e a prisão de 150 esportistas e técnicos por participar de protestos por maior democracia o colocaram em uma lista negra entre entidades de direitos humanos.
O limbo vivido por Platini ainda obrigou a Uefa a lançar seu secretário-geral, o suíço Gianni Infantino, na corrida. Braço direito do francês por seis anos, foi ele quem tocou o dia a dia da Uefa na maior explosão de renda da entidade. Nesta segunda, a Uefa o classificou de “administrador de primeira linha” e de o homem “ideal” para fazer as reformas na Fifa.
Nas duas últimas semanas, porém, Infantino esteve em duas ocasiões em Doha, sede do escritório do xeque. Ambos poderiam fechar em uma candidatura única, com Infantino como secretário-geral da Fifa.
Ainda assim, seu nome é associado ao poder da Uefa, algo que nomes de diversas partes do mundo querem evitar. Um deles é o sul-africano Tokyo Sexwale, ex-prisioneiro da Ilha de Robin ao lado de Nelson Mandela. Sua promessa é a de garantir que a Fifa não seja dominada pelos interesses europeus. Outro africano é Musa Bility, da Libéria, mas que não tem nem sequer o apoio de todos de seu continente.
O príncipe Ali Bin Hussein, da Jordânia, é outro que se apresenta como alguém que estaria disposto a reformar a Fifa. Ele já havia sido apoiado pela Europa em maio nas eleições. Mas foi derrotado por Blatter.
Quem também assegurou sua candidatura é David Nakhid, ex-jogador de Trinidad e Tobago e visto como um “laranja” de Jack Warner, o ex-cartola do país caribenho e acusado de corrupção.
Por fim, o ex-diplomata francês Jerome Champagne também está na corrida. Único a apresentar de fato um plano de governo para reformar a Fifa, ele se beneficia de amplo conhecimento dos bastidores do futebol e atuou por anos por assessor da Fifa. Seus críticos, porém, o acusam de ser um “homem de Blatter”, algo que ele nega.
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