Giovani Gionédis continua no comando da Diretoria Executiva do Coritiba por mais dois anos. Pelo menos até segunda ordem. Alegando irregularidades na eleição, os opositores pretendem recorrer do apertado resultado. Enfraquecido pelo rebaixamento do clube à Série B no dia anterior, o atual presidente (da chapa União Coxa-Branca) venceu a disputa com Tico Fontoura (chapa Coritiba Campeão de Novo) por apenas um voto de diferença na escolha dos conselheiros: 67 a 66.
Porém a oposição conseguiu levar a melhor na eleição para a mesa do Conselho Administrativo. O placar foi o mesmo, mas invertido, o que colocou Júlio Góes Militão da Silva na presidência e derrotou Celso Moreira.
A reclamação da chapa Coritiba Campeão de Novo em relação à vitória de Gionédis é baseada no artigo 133 do estatuto do clube. Ele diz que os membros da Diretoria Executiva ficam licenciados do Conselho a que pertencem. "Portanto, não poderiam votar numa sessão ordinária", alegou Fontoura.
São nove os membros da atual diretoria, encabeçada por Gionédis, que naturalmente votaram pela reeleição. "Então na verdade ganhamos por oito votos. Vamos recorrer", protestou o candidato à vice pela oposição, Ricardo Gomyde.
Gionédis discorda. "Quando alguém se licencia, não deixa de ser membro do Conselho. E o edital da eleição convocou todos os membros. Foi uma sessão especial eleitoral e não uma sessão ordinária", explicou. Ele argumentou também que, se fosse desta maneira, sua candidatura não deveria nem mesmo ser aceita. "Se eu posso ser votado, também posso votar."
A interpretação difusa foi apenas mais um capítulo da rivalidade entre as duas chapas. Ela chegou ao ápice quando, exaltado pelo resultado final, um simpatizante da oposição tentou agredir um adversário político no saguão do hotel onde aconteceu a votação.
Enquanto Gionédis falava sobre a vitória, cercado por jornalistas e seguranças, ouvia alguns gritos de protesto dos adversários, como "Vamos para a Terceira Divisão". Ao mesmo tempo, seus correligionários comemoravam ao som de "Ah, é Gionédis!"
Foi o desfecho de uma disputa acirrada que começou por volta das 18 horas. Qualquer desavisado que passasse pela Rua Ângelo Sampaio no final da tarde de ontem dificilmente imaginaria que o Coxa acabou de ser rebaixado. Bandeiras nas cores do clube, faixas de apoio aos dois candidatos e até a bateria da torcida organizada Império Alviverde (que apoiava o atual presidente) mudaram a rotina do local. Seja da situação ou oposição, é uma reunião parecida que os coxas-brancas querem ver ao final da Série B de 2006. Quem sabe com todos unidos para comemorar a volta à elite.
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