Diante da comemoração da torcida, o zagueiro Vágner chorou após marcar o único gol da partida de ontem. Para o jogador, um dos poucos remanescentes de 2005 no elenco, o lance serviu como uma espécie de redenção de todos os momentos ruins passados com o rebaixamento do time para a Série B do Brasileiro.
"As pessoas que gostam de mim sabem o quanto sofri nesse tempo. Mas continuei trabalhando sério, tentando ser uma pessoa correta dentro e fora de campo, e fui premiado", desabafou o herói da vitória sobre a Adap.
Ele fez questão de compartilhar o momento de alegria com os companheiros mais antigos. "Queria dedicar o gol ao Ricardinho, o Egídio, o Jackson... Enfim, ao pessoal que estava aqui no ano passado. Sofremos bastante e estamos sofrendo muito ainda."
A confiança abalada chegou a atrapalhar o futebol de Vágner no início desta temporada. Ele começou o ano como titular, mas acabou perdendo espaço aos poucos. Apenas com a saída de Anderson do elenco e a suspensão de Índio, foi chamado pelo técnico Estevam Soares ontem para voltar a vestir a camisa titular. Não decepcionou.
"Eu honro muito esta camisa. Dou todas as minhas forças quando a visto e sei que devo tudo o que tenho ao Coritiba. Sabia que, quando a oportunidade aparecesse, ia fazer o gol", discursou o zagueiro, que promete não ficar chateado se voltar para a suplência na próxima partida. "Se o treinador optar por me colocar no banco, vou trabalhar muito e manter a calma, porque sei que vou aproveitar novamente a oportunidade quando ela aparecer."
Vágner pode ser tomado como um exemplo da recuperação moral do Coritiba: de time desacreditado a provável finalista do Paranaense. Após o jogo, Estevam Soares enfatizou a parte psicológica. "Um fator muito relevante tem sido a unidade da equipe. Ela não se desespera mesmo quando o gol demora para sair. Também tem sido importantíssimo o trabalho da Flavinha (Flávia Focaccia, psicóloga do clube)", afirmou.
Mas todos no clube admitem que ainda falta muito para chegar ao ponto ideal, como resume o técnico coritibano. "Estamos na briga, mas muito abaixo do que precisamos para os desafios que temos pela frente. Só com muita dedicação e trabalho para chegar lá", alertou.
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