Os patinadores da final olímpica dos 500m trocaram os pés pelas mãos. Literalmente. Ao invés da prova dos Jogos de Vancouver ser decidida pela corrida até a linha de chegada, foi o equilíbrio no meio de tantos empurrões que realmente definiu o dono da medalha de ouro. Favorito, o americano Apolo Ohno fez feio e jogou dois concorrentes no gelo na última curva. A atitude antiética o levou à desclassificação, mesmo após ter chegado em segundo lugar. Já o canadense Charles Hamelin, que conseguiu se manter erguido após toda a confusão, levantou a torcida no Coliseu do Pacífico e sagrou-se campeão olímpico dentro de casa (40s981). O sul-coreano Si-Bak Sung ficou com a prata (41s340) e o compatriota de Hamelin François-Louis Tremblay herdou o bronze (46s336).
A festa vermelha e branca ficou completa com a medalha de ouro também na prova dos 5.000m por equipes. Hamelin e seu irmão François, mais Tremblay e Jean Olivier, subiram ao lugar mais alto do pódio, com o tempo de 6m44s224, à frente dos times da Coreia do Sul (6m44s446) e dos Estados Unidos (6m44s498).
A vitória nas duas provas de patinação levou o Canadá ao topo da classificação do quadro de medalhas, com 10 ouros. Os donos da casa ultrapassaram Alemanha e Estados Unidos, que somam nove e oito, respectivamente.
Na disputa feminina dos 1.000m, melhor para a China. Depois de Yang Zhou quebrar o recorde olímpico nas quartas de final, com o tempo de 1m29s849, e o mundial nas semifinais (1m29s049), foi a vez de Meng Wang brilhar e levar a medalha de ouro para o país, terminando o percurso com a marca de 1m29s213. A compatriota recordista ficou em quarto lugar na final, superada pela americana Katherine Reutter e pela sul-coreana Seung-Hi Park.
Mas se a festa foi canadense na patinação, a decepção caiu sobre a equipe da casa no curling. A torcida já estava levantada e comemorando o ouro na final contra a Suécia, quando a capitã do time, Cheryl Bernard, errou o último lançamento do décimo end e levou o jogo à prorrogação. Abalada, a líder do time falhou mais uma vez no tempo extra e calou os torcedores na arquibancada. Começava, então, a comemoração sueca. Pela segunda vez consecutiva, as europeias eram campeãs olímpicas, encerrando o placar da partida em 7 a 6. O bronze ficou com a China, que derrotou a Suíça por 12 a 6.
No hóquei masculino, uma das maiores atrações dos Jogos, tensão para o Canadá. Após superar a Eslováquia por 3 a 2, a equipe garantiu vaga na final e vai enfrentar a seleção dos Estados Unidos, que atropelaram a Finlândia por 6 a 1. Os americanos tentam se vingar da final dos Jogos de 2002, disputados em Salt Lake City, vencida pelos canadenses.
A decisão marca a disputa das últimas medalhas das Olimpíadas de Vancouver e pode decidir a classificação final do quadro de medalhas.
Brasileira termina percurso sem quedas
Das pistas de gelo para as montanhas canadense. Após a decepção da queda no slalom gigante, a brasileira Maya Harrisson voltou a sorrir em Whistler. Aos 17 anos, a esquiadora comemorou ter terminado a prova de slalom especial do esqui alpino sem cair, apesar da tempestade de neve que atrapalhou o desempenho de todas as atletas nesta sexta. A caçula da delegação nacional ficou na 48ª colocação, com o tempo de 2m01s67, 18s78 a mais que a campeã, a alemã Maria Riesch. A austríaca Marlies Schild e a tcheca Sarka Zahrobska completaram o pódio. A sueca Anja Paerson, atual campeã olímpica, perdeu o trajeto na segunda descida e não conseguiu completar a prova.
No slalom gigante paralelo, Nicolien Sauerbrejj conquistou a medalha de ouro. Por apenas 2 centésimos de diferença, a holandesa superou a russa Ekaterina Ilyukhina e subiu ao lugar mais alto do pódio. A favorita da prova, a austríaca Marion Kreiner, ficou com o bronze.
Já no revezamento 4x7,5km do biatlo masculino, o ouro voltou para a Noruega após oito anos. Campeã em Salt-Lake City-2002, a equipe europeia venceu em Vancouver, com o tempo de 1h21s381, contra 1m22s167 da Áustria e 1m22s169 da Rússia.
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