Recuperar a credibilidade é outra meta do novo presidente
Recentemente, o Paraná Clube requisitou junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o adiamento do jogo contra o Santos. O documento foi encaminhado pela FPF e a ausência de qualquer resposta por parte do órgão máximo do futebol brasileiro demonstra a falta de força política do futebol do estado. O problema seria uma das "heranças" do ex-presidente Onaireves Moura, e Hélio Cury promete recuperar essa credibilidade perdida.
"Acho que a federação pode se recuperar. Precisamos recuperar a credibilidade da entidade e do futebol paranaense como um todo. Vamos mostrar aos órgãos públicos, aos clubes e à CBF que a diretoria que aqui está é séria e quer dignidade e ética no futebol", comentou. O esforço seria voltado até mesmo a impulsionar a candidatura de Curitiba para ser sede da Copa do Mundo de 2014.
"Tenho visto nos jornais que o vice-governador (Orlando Pessuti) está marcando uma reunião com o presidente da CBF (Ricardo Teixeira). Soube também que o município também está procurando uma reunião com a CBF. Quero entrar em contato com o Ricardo o quanto antes, alguém que já tive a oportunidade de conhecer anteriormente. Pretendo mostrar essa nova postura da FPF, com boas intenções e credibilidade que podem ajudar nessa briga pela Copa", disse.
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O empresário Hélio Pereira Cury, de 57 anos, é o novo presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A decisão foi proferida nesta quarta-feira (21) pela juíza Denise Antunes, da 9.ª Vara Cívil de Curitiba. Ela deu ganho de causa a Cury em uma das quatro ações impetradas em 2004, quando o então presidente da entidade, Onaireves Moura, acabou reeleito por mais quatro anos. Cury, ex-diretor da Secretaria de Esportes de Curitiba, também assume uma dívida de aproximadamente R$ 50 milhões.
De acordo com a decisão judicial, a chapa de Moura na época seria irregular por ferir a Lei Federal 9.615, na qual está prevista a inelegibilidade de pessoas inadimplentes das contribuições previdenciárias na função de dirigentes esportivos. Na ação, fica claro que o ex-presidente da federação também não poderia exercer o cargo por ter tido falência decretada em uma das suas empresas.
"Discordamos da eleição na época e entramos com várias ações na justiça. Foi um processo demorado, mas conseguimos a vitória. A juíza viu que não havia condições daquela chapa se manter à frente da FPF, que vive um processo vicioso de 22 anos com uma única pessoa no poder", disse o novo mandatário.
Desta forma, Hélio Cury, da chapa "Transformação", de oposição no pleito de três anos atrás, assume a direção da FPF. O novo mandatário tomou posse nesta tarde na sede da federação e a sua gestão será válida até abril de 2008. Aluízio Ferreira, um dos vices de Moura que vinha exercendo o cargo de presidente desde maio deste ano, quando Moura acabou afastado da entidade, foi informado oficialmente da decisão judicial e procurou mostrar tranqüilidade.
"Estou tranqüilo porque decisões judiciais não se discutem, cumprem-se. Depois entra a parte jurídica que pode mudar essa decisão. Repassamos ao Hélio a atual situação da federação, todas as dívidas e os outros problemas", declarou, afirmando na seqüência que irá recorrer da decisão. Até lá, Ferreira se comprometeu a ajudar o novo presidente.
Cury coloca auditoria como prioridade
A nova diretoria da federação contará com Cury na presidência, com os vices Fábio Chagas Theophilo; Emílio Fernando Martini, Lorivaldo Corrêia dos Reis, Hamilton Stival, Eliseu Siebert, Reginaldo Luiz Cordeiro e Daniel Romaniuk da Silva. Todos, ao lado de Cury, formaram a chapa de oposição a Moura em 2004.
Ainda sem saber o real "rombo" nas contas da federação, o novo presidente promete iniciar uma auditória ainda nesta semana para saber quanto a FPF deve. "Vamos levantar a realidade da FPF, saber que ela deve nós sabemos, mas queremos saber quanto é esse montante. Precisamos ver também como está a situação dos funcionários, ter conhecimento de outros detalhes. Já conversei com o Aluizio, e vamos nos reunir em breve para tratar do assunto".
Com dívidas e sem reeleições
Entretanto, o dirigente já estima as cifras. "Pelo que nos foi passado, o total da dívida pode chegar a R$ 40 ou R$ 50 milhões", revelou Cury. Além de levantar débitos e informações sobre o patrimônio da entidade, o mandatário quer mudar o estatuto da federação. "Vamos mudar esse estatuto que permite reeleições ilimitadas já no começo do ano que vem. Queremos que só seja possível uma única reeleição aqui na FPF".
A possibilidade de ser obrigado a deixar o cargo, caso Ferreira consiga uma decisão favorável na justiça, ou se o Judiciário determinar um interventor ainda como parte das investigações da Operação Cartão Vermelho não assustam Cury. "No caso do Aluizio, é um direito dele (recorrer). Já quanto à polícia, nós encaminhamos toda a papelada referente a nossa gestão ao Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos), esclarecendo que a federação tem um novo presidente, uma nova diretoria, toda interessada em colaborar. Vamos divulgar tudo para a imprensa o mais rápido possível", concluiu.
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