O ex-técnico Telê Santana era um defensor dos rígidos treinamentos e dos valores morais, o que fazia dele um professor. Esta é a opinião dos seus colegas no futebol.
"Ele deixa para a gente as lembranças de um grande treinador. Acho que todos que tiveram o prazer de conviver com o Telê aprenderam muito com ele", disse Júnior, lateral-esquerdo da seleção brasileira de 1982.
"Era um comandante que orientava a gente no futebol e fora da profissão. Quem comprava um carro zero km tinha que esconder dele para não levar bronca", contou Serginho Chulapa, que também esteve na Copa de 82.
Cafu, atual capitão da equipe nacional, credita grande parte do seu sucesso aos ensinamentos do "Mestre", que o forçava a ficar treinando cruzamentos antes e após os trabalhos do São Paulo.
"Nunca vi o Telê chorar, mas vi ele triste muitas vezes. Por exemplo, no Mundial de 82, após a derrota para a Itália, ficamos uma hora olhando um para o outro sem conseguir falar nem chorar. Ele era muito introvertido neste sentido. Nem vibrar nas vitórias ele sabia. Não era de pular para comemorar gols, nada disso", afirmou Valdir de Moraes, ex-goleiro e amigo pessoal do ex-técnico.
"Ele foi um grande treinador, mas para mim, ele foi um modelo de homem, de amigo, um pai. O Telê pegava bastante no nosso pé porque gostava da gente", revelou o lateral-direito do Milan - um dos pupilos de Santana.
O hoje técnico Zetti, goleiro do São Paulo bicampeão mundial em 1992 e 1993, vai mais longe. "O Telê está vivo para o futebol. Muita coisa do que ele passou para mim eu assimilei e repasso para os meus atletas."
"Aprendi muito com ele. Inclusive que um time pode ser ofensivo com três zagueiros ou três volantes e que pode jogar duro sem ser violento", comentou Vanderlei Luxemburgo, comandante do Santos.
"Tive o prazer de trabalhar com ele por cinco anos. Cresci muito na minha carreira com ele. Gostava muito também de jogar tênis com ele. Jogávamos sempre antes de começar as concentrações", disse o goleiro Rogério Ceni, que chegou ao São Paulo em 1991.