Após 484 dias de "armistício", atleticanos e coxas voltarão a experimentar, a partir das 17 horas de hoje , toda a emoção que somente um Atletiba pode proporcionar. Rivalidades à parte, ambas as torcidas sentem saudades desse reencontro, que só não aconteceu antes em função da queda do Coritiba para a Série B no Brasileiro em 2005 e da ausência do clássico na tabela do regional de 2006.
Nesse meio tempo, nem mesmo um 4 a 1 para o Rubro-Negro no duelo entre os times B, pela Copa dos 100 Anos, foi capaz de amenizar a saudade.
O último clássico de verdade aconteceu em 15 de outubro de 2005 e foi vencido pelo Atlético, por 2 a 1, no Couto Pereira.
"Há muito tempo quero gritar: ão, ão, ão, segunda divisão. Finalmente poderei fazer isso hoje", comemora o bancário atleticano João Carlos Batista de Souza, 35.
Para o seu colega de trabalho, o também bancário Fernando César Jorge, 40, a ausência de Atletibas desmotiva um pouco o campeonato.
"O próprio clássico é um momento à parte, pois há um gostinho todo especial em ganhar do Atlético. Não tem explicação", provoca.
A iminência do jogo de hoje agitou o expediente dos dois colegas durante os últimos dias da semana. "O João sofre na minha mão", brinca Jorge, que já sabe o que fazer após o apito final do árbitro Héber Roberto Lopes.
"Depois da vitória, é só ligar para encher o saco dos atleticanos. Se perder, a primeira providência é desligar o celular e se isolar", recomenda o coxa-branca, reconhecendo que amanhã, no trabalho, o perdedor não terá como fugir da gozação.
Segundo Souza, o respeito e a tolerância são essenciais para manter o clima descontraído. "Assim como eu brinco com os coxas, também aceito brincadeiras. É isso que dá graça ao clássico. Mas é preciso obedecer aos limites", ressalva.
A rivalidade é capaz até mesmo de motivar autênticas provas de amor. O veterinário alviverde Marlus Guimarães, 33, é casado há seis anos com a fisioterapeuta Adriana Gadens Guimarães, 30, rubro-negra de pai e mãe, e já fez proezas antes inimagináveis, como assistir a um Atletiba na torcida adversária, na Arena, só para agradar à esposa.
"Foi bonito ver a alegria da nossa torcida ao fundo e a tristeza ao meu redor", lembra Guimarães, se referindo à última vitória Coxa no território inimigo, por 3 a 2, em 2001.
Os dois já passaram da fase de tentar persuadir um ao outro para mudar de lado. Ambos desistiram e se conformaram quando perceberam que não tinha mais jeito. Eles só não sabem ainda o que vai ser quando vier o primeiro filho. A mãe tenta um acordo.
"Propus ao Marlus que a decisão ficasse a cargo do destino: se for menino, será Coxa, se for menina, será atleticana. Mas ele não quer saber disso", diz Adriana. De fato, Guimarães parece disposto a enfrentar a pressão do lado atleticano da família (o da esposa). "É o pai quem deve decidir."
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Deixe sua opinião