Mesmo sem nunca ter conquistado um título com boné e prancheta, Caio Júnior pode se tornar hoje o técnico mais identificado com o Paraná.
A vitória sobre o São Paulo, às 16 horas, na Vila Capanema, vale a vaga na Libertadores do ano que vem e também a consagração do treinador em sua segunda passagem pelo clube.
Na curta história de 17 anos do Tricolor, nomes consagrados como Otacílio Gonçalves, Levir Culpi, Rubens Minelli, Antônio Lopes, Geninho e Barbieri já levantaram taças, mas nunca se aproximaram de colocar a equipe na maior das competições continentais.
A ligação de Caio com o clube supera a dos demais também pelo seu histórico como jogador. Em 1997, o então atacante participou da campanha do pentacampeonato Paranaense maior façanha estadual do time.
A marca que faz as pessoas relacionarem ainda mais a imagem do ex-jogador com o Paraná foi reforçada em 2002. Auxiliar de Otacílio Gonçalves (demissionário pela má campanha), o então iniciante na carreira de treinador assumiu a equipe a 11 rodadas do fim para tirá-la da lanterna e salvá-la do rebaixamento à Série B no último (e inesquecível) jogo empate diante do Figueirense, em Florianópolis, por 2 a 2.
"Apesar de tudo isso, um título é muito importante. Já até falei para o presidente (José Carlos de Miranda) que uma das coisas que me motiva a ficar é a possibilidade de conquistar um título no ano que vem", explica, desejando primeiramente a conquista regional em 2007.
O sucesso na primeira experiência no banco não foi suficiente para livrar Caio do tortuoso caminho da vida de comandante. O fracasso no Estadual 2003 fez ele deixar o Tricolor para viver um longo período de andanças pelo interior.
Após quase desistir da carreira à beira do gramado, o ídolo paranista já havia se debandado para a função de comentarista na rádio Banda B quando o inesperado convite do Professor Miranda apareceu na semana anterior ao Brasileiro 2006.
"Não sei se poderei agradecer através de tempo e trabalho o que o Paraná me fez dando esta nova oportunidade. Foi algo maravilhoso", agradece.
Nas duas passagens pela direção técnica tricolor, foram inúmeras passagens que marcaram. Mas dois momentos, um em 2002 e outro na atual temporada, são guardados de maneira especial.
"Em 2002 foi um jogo contra o Juventude. Estávamos com um a menos por uma expulsão injusta do Cristiano Ávalos (zagueiro) e no intervalo coloquei o Goiano e disse: Você vai ter de correr por dois, se vire. Só que ele correu muito mais que isso. Foi a atitude mais incrível que vi de uma equipe. Viramos para 3 a 1", lembra.
Em 2006, o momento que o treinador não esquece ocorreu em um dos períodos de maior pressão sobre o time. Oitava rodada, só uma vitória até então, time na zona de rebaixamento e torcida pedindo a cabeça do técnico antes do jogo contra a Ponte Preta, fora de casa.
"Pela primeira vez fiz palestra no vestiário. Normalmente sou calmo, mas estava uma pilha. Encerrei a apresentação dando um tapa no quadro que quebrou todas as fichas e assustei todo mundo. Segundos após os jogadores estavam me olhando atônitos e eu disse: Me desculpe seu Orlando (roupeiro) e vamos ganhar esse jogo. O pessoal vibrou comigo e vencemos por 5 a 2", recorda, sobre o jogo que iniciou a arrancada de seis vitórias seguidas.
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