A decisão da Fifa em adiar o anúncio das 12 subsedes para a Copa do Mundo de 2014 não só aumentou o nível de ansiedade dos dirigentes brasileiros, mas também aumentou a preocupação de pessoas ligadas a setores fundamentais para que o país esteja pronto para o Mundial. Na opinião de especialistas, como o presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi, o adiamento é muito ruim para o país.

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"Isto contribui para diminuir ainda mais o prazo, que já está defasado em termos de cronograma, para contratação de projetos e obras exigidos para dotar as cidades-sede de uma estrutura compatível com as exigências da Fifa e da magnitude do evento", afirmou o dirigente, que vem participando de seminários em cada uma das cidades candidatas. Em fevereiro, o evento do Sinaenco passou por Curitiba e tratou das prioridades e necessidades da capital paranaense.

Ainda trabalhando de forma silenciosa, a iniciativa privada aguarda a definição da Fifa para finalmente começar a trabalhar em investimentos. Com mais dois meses até que o anúncio seja realizado pelo presidente Joseph Blatter, nas Bahamas, o Brasil apenas aguarda e não realiza obras, algo visto com pessimismo por Bernasconi.

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"Não podemos esquecer que já perdemos o ano de 2008, quando poderiam ter sido contratados os estudos e projetos essenciais à definição das obras necessárias para suprir as deficiências. Em 2009, continuamos no mesmo caminho e o adiamento só vai prejudicar o país", analisou o presidente do Sinaenco.

As opiniões do dirigente tomam como base o estudo desenvolvido pela entidade em 2007, quando representantes do Sinaenco visitaram 29 estádios, em 17 capitais candidatas a sediar uma chave da Copa 2014. O documento final trouxe análises e possíveis caminhos que podem ser tomados no âmbito estrutural e estratégico para a viabilização das obras no Brasil.

"Há cidades, como Belo Horizonte, por exemplo, que têm deficiências mais complexas em determinados setores da infraestrutura, como na rede hoteleira. Buscamos, com os seminários, avaliar não só os projetos e obras necessários, mas sua adequação técnico-econômica e sua sustentabilidade. Não adianta simplesmente investir na construção de mais leitos de hospedagem se posteriormente esses empreendimentos não tiverem viabilidade econômica", finalizou.