Por trás das decisões da diretoria do Coritiba em 2010 (e influente em muitas delas) está um executivo invisível para o público. O mineiro Felipe Ximenes, 43 anos, chegou ao Coxa no início do Brasileirão do ano passado, com a saída do então gerente Paulo Jamelli. Sobreviveu ao rebaixamento do clube, em meio a uma guerra política que o jogou para escanteio com a chegada do ex-diretor João Carlos Vialle. Permaneceu por contar com o apoio do presidente Jair Cirino dos Santos. E, mineiramente, tornou-se uma das principais peças do acesso nesta Série B. E é por ele que passará toda e qualquer contratação que o novo técnico pedir à diretoria.
"O futebol é desgastante: sempre chegadas e saídas de pessoas são em momentos de derrotas. Eu agradeço é o apoio do presidente, que permitiu que eu seguisse, porque tive pouca oportunidade de mostrar meu trabalho ano passado", conta, nominando Cirino e os três diretores que lhe confiaram a chave do Couto Pereira: Vilson Andrade, José Macedo e Ernesto Pedroso. Ximenes, um ex-jogador frustrado "cheguei a conclusão que ia ser melhor fora de campo" implantou subdepartamentos especializados no futebol do Coxa. Foi além: se preocupa com as entrevistas dos jogadores e dirigentes, observa a vida pessoal dos atletas e respira Coritiba.
"Para mim a gerência de futebol transcende o campo. Tenho de agradecer a autonomia no trabalho. Mas se o sucesso não fosse alcançado, que eu também fosse avaliado por isso", diz. Ximenes administrou crises ao longo ano, como o acidente de carro com o meia Sandro. "Você precisa conduzir isso de uma forma rápida, eficiente e que não fira os interesses de cada um. Pensar na pessoa, no profissional e na imagem do clube. Em cinco dias, ele estava em outro clube, exercendo a profissão."
Em 2011, o Coxa navegará em águas mais calmas, segundo o diretor. Nada de projetar título nacional ou Libertadores; mas certamente uma equipe competitiva. "O Coritiba precisa exercer na prática a grandeza que tem. Reencontrar o caminho de vitórias que já teve. O grande desafio é fazer em 2011 um clube cada vez mais forte, independentemente de quem esteja aqui, de política ou coisa assim".
Pensando em Série A, Ximenes tem simplicidade em encarar o que decide no campo: "A gente não se preocupou em montar uma equipe Série B; a gente pensou em montar uma equipe boa. Existem equipes boas e ruins. Essa é boa."
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