Repercussão
Muita festa e "alma lavada" no gramado da Vila Capanema após o término do jogo entre Paranavaí e Paraná Clube. O time do interior conquista seu primeiro título em quase 60 anos de existência e devolve leva a taça para o interior do PR depois de 15 anos.
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Em um jogo muito disputado e extremamente nervoso, o Atlético Clube Paranavaí conquistou pela primeira vez na sua história o título do Campeonato Paranaense. Depois de uma campanha irresistível, sem perder um jogo sequer para os "grandes times" da capital, o "Vermelhinho" coroou um trabalho humilde e bem feito, com a maior conquista do futebol estadual.
Esta conquista foi um verdadeiro prêmio ao Paranavaí e ao técnico Amauri Knevitz. Também no estádio Durival Britto e Silva, no ano de 2000, o comandante do ACP conquistou a Série C do Brasileirão no comando do J.Malucelli. Chamado para assumir o Vermelhinho às pressas - já que o treinador Ivo Secchi deixou o time para ir para o Atlético - o técnico provou que tem competência de sobra e "pé quente" em decisões.
Depois de disputar a final do Campeonato Paranaense de 2003 com o Coritiba, após uma campanha invicta até então, o clube acabou sucumbido e deixando a taça nas mãos do adversário naquele ano. Apenas 4 anos depois, o Vermelhinho se reestruturou e finalmente sentiu o prazer único de conquistar o título do Paranaense.
A torcida do Paranavaí, que ocupou quase a totalidade do espaço reservado para ela nas arquibancadas da Vila Capanema, merece uma menção toda especial neste dia. A festa foi muito grande e a empolgação motivou os jogadores desde os primeiros minutos. Na cidade de Paranavaí, os que ficaram transformaram as ruas em um grande salão de festas. A alegria tomou conta dos torcedores que explodiram em alegria ao apito final do árbitro.
O jogo
A partida começou favorável ao Paraná. As principais jogadas de ataque surgiam pelo lado Tricolor, que apoiado pela sua torcida, buscou o gol desde o começo. Aos seis minutos aconteceu a primeira chance real, quando Dinelson driblou a marcação dentro da área adversária e chutou fraco, à direita de Vanderlei. Em nova oportunidade, já aos 11 minutos, Dinelson bateu falta com efeito e Josiel quase alcançou.
O técnico Amauri Knevitz preparou seu time para a pressão inicial que o Paraná iria impôr. Como esperado, o tricolor seguiu pressionando, mas o sistema defensivo do ACP trabalhou muito para tentar anular as jogadas paranistas e no descuido adversário, aproveitar os contra-ataques. Os dois times tentavam jogadas pelos lados do campo nos minutos iniciais, o que deixou a partida truncada.
Aos 17 o Paraná teve nova chance de ouro para abrir o marcador. Depois de um lançamento de muito longe, a zaga do Paranavaí marcou bobeira e foi enganada pela bola, que acabou sobrando para Josiel. O atacante tocou para trás, mas Dinelson pegou mal e chutou para fora. Na melhor chance do Paraná na metade do primeiro tempo, Josiel dá um lindo passe para Gerson, já dentro da área, chutar com muita força e perigo ao gol de Vanderlei.
O ACP não foi bem na primeira etapa, se considerarmos as chances de gol que (não) foram criadas. A primeira chance aconteceu apenas aos 38 minutos, quando Gilberto Flores recebeu pela direita, carregou e ao invés de tocar para um companheiro melhor colocado, chutou cruzado, à direita de Flávio. Edenílson recebeu grande lançamento aos 43, mas matou no braço e jogou fora a boa chance de abrir o marcador.
Na saída para os vestiários, após o apito de Evandro Rogério Roman que determinou o final do 1.º tempo, os jogadores do Paraná pediram mais tranqüilidade ao time. "Temos que ter calma. Estamos chegando e se Deus quiser o gol vai sair no segundo tempo", disse Gerson. "Tá difícil. Trabalhamos a bola na frente da área deles, mas estão eles bem postados", resumiu Xaves.
O jogador Edenílson deixou claro que a intenção era segurar o Paraná na primeira etapa. "Temos mais 45 minutos para segurar o resultado e tentar fazer o gol". "O Paraná jogou mais do que nós. Saímos muito pouco e agora vamos conversar com os jogadores para melhorar no segundo tempo", explicou o técnico Amauri Knevitz.
Segundo tempo tenso e disputado
Nenhum time sofreu modificações para a segunda etapa. "O jogo está bom. O Flávio participou pouco e estamos buscando o resultado. Eles marcam forte, mas nosso posicionamento está bom no toque de bola e na chegada pelo lado direito", disse Zetti. "Conversei um pouco sobre a marcação, que está muito boa. Mas nós temos que tomar a bola e sair para o jogo. A bola só tá chegando na frente em bolas alçadas", explicou Knevitz.
O Paranavaí voltou muito melhor do que terminou o primeiro tempo. As recomendações do treinador foram bem assimiladas e o time do Noroeste do estado foi para cima dos anfitriões. Antes do cronômetro registrar um minuto de jogo, Thiago recebeu pela direita, invadiu a área e chutou nas redes do goleiro Flávio, mas pelo lado de fora.
O Paraná voltou um pouco mais desatento no segundo tempo e alguns jogadores, principalmente o meia Dinelson, abusavam da individualidade. Por duas ou três vezes, bobeadas no setor ofensivo geraram contra-ataques para o Paranavaí e por pouco a soberania de Flávio não foi derrubada. Aos 13 minutos o lançamento para Edenílson deixaria o artilheiro sozinho para marcar, mas o esperto Flávio saiu da área e com os pés tirou o perigo de gol.
As substituições feitas por Zetti (Everton e Lima, nos lugares de Xaves e Egídio), que significavam o "tudo ou nada", surtiram efeito e o Tricolor cresceu de produção a partir dos 20 minutos da segunda etapa. Aos 21 minutos o jogador Vinicius Pacheco invadiu a área pelo lado esquerdo e chutou cruzado. Vanderlei fechou o gol e de mão trocada fez grande defesa, evitando o gol paranista.
Em apenas três minutos o Paraná criou três grandes chances de abrir o marcador. Aos 30 a bola sobrou na entrada da área e Josiel surpreendeu ao tentar uma bicicleta. O goleiro Vanderlei tirou com a ponta dos dedos. No minuto seguinte Lima arriscou de longe e Vanderlei novamente salvou o time ao tirar de mão trocada. Joelson, que acabara de entrar, limpou a marcação e chutou com muito perigo, mas para fora.
A pressão paranista continuou, mas a tensão aumentou e nos minutos finais o Paranavaí quase marcou o gol no chute de Marcio. O tempo passou e nada mais os times conseguiram fazer. Ao apito final de Evandro Rogério Roman, os cerca de 1.000 torcedores do ACP explodiram em alegria e o grito de "É campeão" saiu da garganta e contagiou a todos os presentes.
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