São quase 40 anos de futebol, dentro e fora dos gramados. Como meia, Vilson Tadei defendeu clubes como São Paulo, Vasco, Inter, Grêmio e Coritiba. Dos tempos de jogador, o Tricolor gaúcho e a participação importante no título brasileiro de 81 têm espaço especial na memória. Agora, do lado de fora das quatro linhas, Vilson coleciona acessos, sobretudo no comando de times do interior paulista.

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A relação com o estado mais populoso do país é berço. Nascido em Urupês, Vilson começou tanto como atleta quanto como treinador no Rio Preto. Após seis anos no clube e duas transferências, o meia chegou ao Coritiba em 1980. Na mesma temporada houve a negociação com o Grêmio, mas os belos gols marcados pelo Alviverde paranaense ainda trazem boas lembranças.

No Tricolor gaúcho, o então atleta participou ativamente da campanha vitoriosa no campeonato brasileiro de 1981. Para Vilson, o melhor jogo da sua carreira foi a semi-final da competição, vencida por 3 a 2 sobre a Ponte Preta: foram duas assistências e um gol.

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"Fiz um gol com 6s do 2º tempo, em uma jogada ensaiada treinada durante quase quatro meses. Acabou dando certo depois do intervalo. Os dois passes foram meus, foi um jogo memorável", lembrou, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por telefone.

O meia passou dois anos longe de Porto Alegre, tendo defendido Santa Cruz e Guarani neste período. No retorno à cidade, o jogador vestiu a camisa do maior rival do time que lhe deu projeção nacional: o Inter. Vilson garante que não sofreu com a cobrança das torcidas e ressalta a beleza da festa tanto de colorados quanto de gremistas.

"São 100 anos de tradição e embate. A cidade se vestia de azul e vermelho, ficava colorida. Os prédios, as janelas tinham bandeiras na semana de Gre-Nal. Recentemente tive a felicidade de participar da festa de 100 anos do Inter", disse.

A próxima parada foi o Vasco. No Rio, Vilson não teve muitas oportunidades, mesmo participando do vice-brasileiro cruzmaltino em 84. De lá, com quase 30 anos, o meio campo teve sua primeira e única experiência internacional no Monterrey, do México. A estadia no país durou dois anos e mostrou ao jogador como a estrutura no Brasil ainda estava longe de ser profissional.

"Experiência internacional não é era fácil naquela época. Os mercados ainda eram pouco abertos. Foi uma experiência de suma importância. Pelo lado financeiro, saí com idade avançada, mas pude aproveitar melhor, pois já tinha jogado em sete clubes grandes. Vi coisas com as quais não estava acostumado. Aqui só o Inter tinha um CT do lado do estádio. Lá tinha sauna, piscina, campo igual a um tapete... Eles estavam muito adiantados".

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Vilson ajudou o Monterrey a conquistar seu primeiro título nacional, em 86. A equipe só voltou a sagrar-se vencedora do Torneio Apertura em 2005, levantado o caneco pela terceira vez na história em 2009.

Colecionador de acessos em São Paulo

De volta ao Brasil, o meia defendeu o Figueirense e outros quatro times do interior de São Paulo até pendurar as chuteiras em 91: Botafogo de Ribeirão Preto, Taquaritinga, Jaboticabal e Jales. Mesmo já sendo formado em educação física, Vilson só decidiu se tornar treinador após fazer um curso especializado em 93. Seu primeiro desafio foi comandar o Rio Preto, clube que o revelou. De lá para cá, o currículo acumulou 18 nomes, 14 deles no estado de São Paulo.

As campanhas, dentro de seus objetivos, são, em sua maioria, vitoriosas. Contanto as quatro divisões do campeonato paulista e do brasileiro, foram quatro acessos nos últimos cinco anos. O último deles foi com o Guaratinguetá, que se classificou para o quadrangular final da Série C e disputará a Segundona em 2010.

"É coincidência ter trabalhado em tantos times de São Paulo. Sempre tive muita felicidade aqui, vários acessos. Isso fez com que outros clubes em situação parecida me fizessem convites. E tive poucos convites de fora. Além disso, cumpro meus contratos até o fim fazendo aquilo que o clube projeta".

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O casamento com o Guaratinguetá terminou no fim desta temporada. Mesmo com o acesso à Série B (e o acesso à Série A1 do Paulistão em 2006), o clube e o treinador não chegou a um acordo para a renovação. Quando recebeu uma proposta melhor do Linense, que vai disputar o Paulista A2, Vilson se despediu do Tricolor do Vale

Mesmo com pouco tempo disponível, o treinador procura acompanhar o futebol, tanto nacional quanto internacional, para se manter atualizado e pronta para um novo desafio caso receba algum convite.

"Procuro acompanhar o que acontece no Brasil e no mundo, sempre me atualizando nos esportes, jogos internacionais, tudo o que está relacionado a futebol. Isso me dá subsídio, conhecimento. Acompanho todos os clubes, principalmente os que eu joguei. Se eu vier a receber um convite, estarei atento e preparado".