Lippi pronto para servir o banquete

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Berlim – Ao melhor estilo marqueteiro, o técnico Marcello Lippi é o dono do time italiano. Astuto com as palavras, o treinador não cansa de elogiar seus jogadores. Método eficaz para manter a união do elenco, ponto crucial na caminhada até a decisão desta tarde (15 horas de Brasília). Todos jogam por todos. A estratégia caiu bem, principalmente graças ao momento vivido pelo país, com clubes sendo acusados de envolvimento em esquemas de manipulação de resultados. Com as frases certas, ele soube cobrar do grupo a resposta dentro de campo.

Massagear o ego dos pupilos, como ao enaltecer as qualidades do goleiro Buffon ou eleger o zagueiro Cannavaro como o melhor do mundo em sua posição – tudo nesta semana –, é apenas parte do show de Lippi, que ontem negou os boatos de que estaria se transferindo para o Manchester United. Ao falar do duelo, insinuou que o time que estiver com mais fome de bola sairá vencedor. "Vamos sentar em volta de uma mesa detalhadamente preparada e ver quem está mais faminto. Tecnicamente as duas equipes se igualam", comentou.

No país da bota, é tradição reconhecer os méritos do técnico campeão. Se levantar a taça, Lippi repetirá o feito de Enzo Bearzot, que em 1982 fez de uma equipe desacreditada e abalada por escândalos de corrupção a campeã mundial. É ídolo. Na lista de méritos italianos, Vitorio Pozzo é outro comandante adorado pelos tiffosi. Ele foi o pai do bicampeonato de 1934 e 1938. É o único treinador do planeta a conquistar dois títulos no cargo.

Lippi se destacou como técnico da Juventus entre 1994 e 1999, onde era muito mais conhecido como motivador do que como um estrategista. Voltou a Vecchia Signora entre 2000 e 2004. Ganhou cinco scudettos.

Na base do papo, espera chegar ao ápice. "Eles (franceses) venceram uma Copa do Mundo e um Campeonato Europeu, enquanto nossa geração de jogadores só chegou perto. É isso que está na mesa. Temos o garfo em nossas mãos e vamos ver o que acontece", comentou, verde – ou melhor, azul – de fome.