De um lado estava Kaká, o melhor do mundo de 2007. Do outro Cannavarro, o craque de 2006. Tinha Buffon e Julio César, dois dos melhores goleiros do mundo, Robinho e Luca Toni, atacantes badalados do futebol internacional. Não foi, portanto, por falta de craque que Luis Fabiano foi eleito pela Fifa o melhor jogador na vitória do Brasil por 3 a 0 sobre a Itália, em Pretória.
Melhor dizer que, envergando a camisa 9 da Seleção com tanta competência, ele já mereça mesmo ser considerado uma das grandes atrações de qualquer partida que jogue. Mesmo que seja entre as seleções mais vitoriosas do planeta. Afinal não é qualquer um que consegue marcar duas vezes em um clássico entre Brasil e Itália. Foi, aliás, só o segundo brasileiro a fazer isso - o primeiro havia sido o atacante "Búfalo" Gil, em 1976. Definitivamente, uma atuação para se guardar para sempre.
O artilheiro começou generoso. Fez grande jogada individual, logo aos seis minutos, e serviu Ramires, que acertou a trave. Depois, aos 17, recebeu enfiada de bola de Kaká e correu com aquela fome de gol dos grandes centroavantes. Buffon chegou primeiro. E mal sabia que aquela seria sua única vitória contra o brasileiro.
Porque Buffon já era quando quando Luís Fabiano ganhou de Cannavaro e Chielini no alto e deu bela cabeçada, aos 30. A bola passou com muito perigo à direita do gol.
Mas aos 36, Luis Fabiano mostrou como se faz. Primeiro o pé esquerdo, esperto, interrompeu o chute de Maicon. Depois o direito, preciso, acertou o canto de Buffon. Brasil 1 a 0.
Luis Fabiano também começou a jogada do segundo gol seis minutos depois, aos 42. Tocou na esquerda e correu para o meio da área enquanto Robinho e Kaká faziam a tabela. Mas a bola, apaixonada, queria se reencontrar com o camisa 9. Saiu dos pés de Kaká, se livrou de Robinho e sorriu com o toque sutil sobre Buffon. Luis Fabiano 2, Itália 0.
Aos 44, o Brasil ainda fez o terceiro, quando Kaká lançou, Robinho arrancou, cruzou e a bola tocou no pé de Dossena antes de chegar a Ramires. E entrou como se dissesse que, naquele primeiro tempo brilhante, ela seria de Luis Fabiano e de mais ninguém.
No segundo tempo, Luis Fabiano não finalizou. Aliás, pouco tocou na bola. Deve ter passado os 45 minutos finais pensando no que ia contar às filhas Giovanna e Gabriela, cada uma presenteada com um gol, quando chegasse em casa. E, orgulhoso, deve ter olhado para a camisa 9 do Brasil, a sua camisa, e se sentido mais à vontade do que nunca.
"Muita gente não acreditava em mim, mas com muita humildade, esforço e trabalho tenho cumprido meu papel. Se Deus quiser, espero realizar meu sonho de disputar uma Copa do Mundo", comemorou.
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