CBAt apura existência de rede de doping
O inédito caso de doping múltiplo divulgado ontem motivou a abertura de um inquérito administrativo e levantou a suspeita da existência de um rede no país de consumo de substâncias proibidas no esporte.
O maior escândalo de doping do esporte brasileiro abalou o atletismo nacional. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou ontem o corte de cinco atletas, entre eles a paranaense Luciana França, do Mundial de Berlim, que começa dia 15. Às vésperas de disputar o principal torneio da carreira, a barreirista, de 32 anos, já treinava na Alemanha e agora retorna ao Brasil com os outros atletas e respectivos técnicos.
De acordo com a entidade, além de Luciana o teste deu positivo nos exames de Bruno Lins Tenório de Barros (200 m e 4x100 m), Jorge Célio da Rocha Sena (200 m e 4x100 m), Josiane da Silva Tito (4x400 m) e Lucimara Silvestre (heptatlo). Na semana passada, Lucimar Teodoro havia sido suspensa pelo mesmo motivo. Todos estão impedidos de competir até o resultado da contraprova e podem ser suspensos por de dois a quatro anos.
Segundo a confederação, a substância encontrada nos brasileiros foi a eritropoioetina (EPO), usada para melhorar o desempenho. O teste surpresa dos cinco atletas suspensos ontem foi feito em Presidente Prudente, no dia 15 de junho. A entidade também abriu um inquérito administrativo para avaliar o caso.
A notícia surpreendeu quem acompanhou a carreira da atleta de Cambé. "Fiquei sabendo agora. É uma surpresa. Posso falar com propriedade sobre ela. Uma menina muito bacana. Nunca houve um problema sequer no Paraná", disse o presidente da Federação Paranaense de Atletismo, Ubiratan Martins Júnior. "Não sabemos o que isso pode acarretar na carreira dela. A Maurren Maggi, por exemplo, ficou dois anos suspensa após o antidoping e voltou para ser campeã olímpica. A Luciana estava vivendo um bom momento, numa estrutura de sonho em uma das equipes mais importantes do país", acrescentou ele.
Todos os seis atletas flagrados integram a equipe Rede Atletismo, com sede em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. "Não posso comentar sobre isso. É um baque para o atletismo", esquivou-se o dirigente sobre o doping coletivo.
Técnico de Luciana por dez anos em Cambé, Paulo Roberto Antônio também estranhou o resultado positivo. "Ela sempre foi uma menina tão séria, humilde, de boa cabeça que é difícil acreditar. Mais estranho ainda por serem todos da mesma equipe. Às vezes o atleta nem sabe o que acontece. É bom esperar para saber o que houve realmente", comentou.
Semana passada, a CBAt havia comunicado o doping da barreirista Lucimar Teodoro, também da Rede Atletismo, flagrada no Troféu Brasil, em junho. Após o fato, o site da equipe publicou um comunicado de luto em sua página na internet. A equipe deve abrir investigação sobre o caso.
Com essas seis baixas, a equipe brasileira cai de 45 para 39 representantes no Mundial que será disputado no Estádio Olímpico de Berlim.
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