Konigstein – Em números absolutos, Cafu entra para a história do futebol brasileiro amanhã. O jogo contra a Austrália será o 18.º do lateral em Copas do Mundo – fato só alcançado na seleção por Dunga e Taffarel. Mais uma façanha do contestado capitão.

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"É uma honra. Recordes como esse vão acontecendo naturalmente e eu me sinto orgulhoso", disse ontem o lateral-direito, que, com 1.381 minutos pelo Brasil no torneio da Fifa, ainda está longe de alcançar o goleiro (1.680 min) e o volante (1.670 min) em tempo jogado.

Para se tornar o atleta com mais vivência em Mundiais com a camisa amarela, ele terá de chegar às quartas-de-final na Alemanha. Hoje, até mesmo Jairzinho (1.430 min) está à sua frente. Porém nenhum deles apresenta um desempenho tão empolgante. Esse paulistano de 36 anos ganhou 14 das 17 partidas que disputou até aqui na competição (84,31% de aproveitamento).

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O currículo tem sido proporcional às críticas que recebe. "Se eu fosse dizer quem é o jogador mais cobrado até hoje, seria eu. Sempre foi dito que o Cafu cruza mal, meu passe é errado, sou velho... E sempre respeitei a opinião dos outros", destacou.

Entre as cobranças, uma veio após a magra vitória sobre a Croácia. Com o time apático na partida de Berlim, Cafu teve de explicar porque a seleção pouco se comunica em campo – mesmo diante de tantos erros.

Questionado se seria falta de energia, rebateu: "O que você quer dizer com mais energia? É abrir os braços. Apontar para o companheiro que falhou, passar essa imagem para todo mundo através da televisão", contestou. "Cada um tem seu estilo. O meu é do diálogo."

A longevidade do defensor vem justamente desse estilo apaziguador. Durante a crise de Ronaldo, ele se reuniu com o Fenômeno para tranqüilizá-lo. No melhor estilo "paizão", o líder da equipe tentou explicar para o Fenômeno sua importância para o país.

"Ele precisa saber o que está acontecendo no Brasil. Ver como é uma pessoa querida por todos. Falei: ‘As pessoas confiam em você’. Todos verão a melhora a partir de agora", relatou.

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Os companheiros parecem aprovar a filosofia discreta desse caçador de marcas (pode ainda se tornar o primeiro nome a disputar quatro finais de Copa, assim como o único atleta a se tornar bicampeão com a tarja de capitão). Ronaldinho Gaúcho chega a ser efusivo ao defendê-lo.

"Cada jogador, capitão, treinador tem sua característica. Não sinto falta desse cara que fica gritando. O Cafu, quando tem de falar alto, fala. Até porque a voz dele é algo diferente das demais, bastante peculiar. Da forma que está vai bem", garantiu.