Torcida eterniza heróis de 1985
Guardado no topo da lembrança do torcedor alviverde, o título brasileiro de 1985 ramifica-se para perpetuar um nome e uma partida ligados à maior conquista coxa-branca. Evangelino Neves, o presidente naquela campanha, e Coritiba 1 x 1 Bangu (6 x 5 nos pênaltis), o duelo daquela final também lideram a nostalgia dos 100 anos.
Gazeta terá site e especial sobre o centenário
A Gazeta do Povo levará aos seus leitores um amplo conteúdo sobre o centenário do Coritiba. Tanto na versão impressa como na internet, o jornal traçará um panorama de toda a história do clube e fará a cobertura completa dos festejos pelo aniversário.
A euforia do aniversário não entrou em campo no ano do centenário. Ao menos uma taça era almejada pela torcida em 2009. A ausência de conquistas frustrou os coxas-brancas e derrubou a avaliação sobre o desempenho do time na temporada.
O levantamento encomendado pela Gazeta do Povo à Paraná Pesquisas revelou que apenas 1% dos entrevistados não esperava ver o time vestindo uma faixa em 2009.
Ser campeão paranaense era expectativa de 36% dos torcedores, 35% imaginavam comemorar o título da Copa do Brasil, 22% o do Campeonato Brasileiro e 6% o da Sul-Americana.
"Todo mundo pensa que é um ano diferente, mas é igual aos outros, ou pior, pois os adversários não querem nos deixar ganhar", defende o professor Sílvio Gonzaga, do grupo Helênicos. Para ele, a vantagem do Estadual sobre os outros torneios não seria uma preferência do público e sim um reflexo da confiança, pois "é um campeonato que a gente ganha sempre."
Sem um trunfo para elevar os ânimos, a avaliação do desempenho virou espelho da mediana condição do time da tabela do Brasileiro: 48% classificaram o rendimento como regular (com 25% para bom, 7% ótimo, 17% ruim, e 7% péssimo). A insatisfação sobre o fracasso técnico recaiu sobre a diretoria, a "culpada" para 58% dos torcedores.
"O Coritiba tinha time para ir mais longe. Mas em alguns momentos fraquejou e despertou a insegurança da torcida", avaliou o coordenador da pesquisa, Murilo Hidalgo. Hoje esse time dá orgulho e tenho certeza de que se jogasse assim poderíamos ser campeões da Copa do Brasil com ele", apontou o presidente Jair Cirino. Ele admitiu que priorizar o torneio atrapalhou o desempenho no Brasileiro e reconheceu o equívoco nas contratações de Ivo Wortmann e René Simões, citados na pesquisa.
"Estava conversando com o Dorival, que recebeu uma proposta que não tínhamos como cobrir. Eram valores irreais. Nas substituições, não demos sorte. Um (Ivo), tinha uma marca anterior. O René era alternativa, ídolo e desejo da torcida", admitiu o presidente.
Apesar da eliminação, ir à semifinal da Copa do Brasil representou o melhor momento do centenário, com 35% da preferência. Uma vitória apertada sobre o segundo lugar na pesquisa, com 34%: o 4 a 2 sobre o maior rival. "Ganhar do Atlético é sempre mais gostoso", garantem o chef Celso Freire e o triatleta Edson Ricardo Brero.
Vitória fácil quem teve mesmo foi Marcelinho Paraíba, o melhor jogador do ano na opinião de 64% dos torcedores. "Não é discriminação, mas um cara com aquele perfil, aquele cabelo, nordestino, vindo jogar aqui no frio não ia dar certo. Mas ele é um guerreiro", disse Freire. "Veste a camisa", reforçou Murilo. "É comovente ver a entrega do Marcelinho. É ele quem puxa o coro na boca do túnel", contou Cirino, antes de o ídolo e coordenador técnico das categorias de base Dirceu Krüger dar o seu veredicto. "Parece que ele acabou de subir para o profissional."