Marcelo Romaniewicz anunciou nesta terça-feira a sua saída da vice-presidência de marketing do Paraná Clube. Quase seis meses após assumir o cargo, o dirigente não revelou todos os motivos do seu afastamento, porém deixou claro que houve um desgaste junto à diretoria paranista. Ele e um grupo de 18 profissionais (também torcedores do clube) trabalharam há mais de um ano em questões importantes, como o plano de sócio-torcedor e o resgate da Gralha Azul como mascote.
A reportagem da Gazeta do Povo procurou Romaniewicz para esclarecer a sua saída, mas o dirigente não atendeu às ligações. Ao site Paranistas.com.br, o ex-vice de marketing declarou que não deixa o Tricolor por problemas ligados a algum tipo de corrupção, mas sim a algumas situações diárias, vividas por ele e pelo seu grupo de trabalho há algum tempo.
"São problemas de relacionamento, do dia-a-dia. Tentamos segurar por um tempo, mas não foi possível. Não tem nada a ver com roubalheira ou coisa do tipo. Enquanto estive na diretoria não vi nenhum desvio de conduta neste sentido", afirmou Romaniewicz ao site. Uma nota publicada por ele está no site Sempre Paraná, criado como uma das ferramentas do plano de sócio-torcedor do time.
"Em março (de 2008) lançamos a campanha Sempre Paraná com o Giba e com os kits de produtos, 15 dias depois chegou a nova Gralha, um mês depois o plano de sócio torcedor, três meses depois o novo site. Enquanto isso, dentro do gramado, o time caia literalmente pela tabela, sempre na zona do rebaixamento para a Terceirona. Começou a se ouvir repetidamente pelos corredores da Vila que a única coisa que realmente funcionava no clube era o marketing. Daí pra frente, tudo mudou. As camisas do sempre Paraná nunca mais foram refeitas para repor o estoque, a Gralha foi barrada dos jogos do Brasileirão, os jogadores impedidos de entrar em campo com o cachecol do Sempre Torcedor e, como se não bastasse, fomos avisados - de repente - que a cobrança das mensalidades via débito - daria problema apesar de terem nos garantido que tudo estava ok, 90 dias antes", diz parte do comunicado, o qual pode ser lido na íntegra aqui.
Parte dos problemas estaria também ligados à falta de apoio e estrutura por parte da diretoria do Paraná, e a gota dágua teria sido o fim dos planos de uma nova linha de uniformes e produtos do clube, já visualizando o aniversário de 20 anos que o Tricolor comemorará em dezembro deste ano. Marcelo Romaniewicz promete continuar trabalhando em prol do clube, mas novamente sem possuir qualquer vínculo com a direção.
"Sempre trabalhamos para o engrandecimento do paranismo e o consequente fortalecimento do vínculo entre torcida e instituição. Acreditamos que um clube só é grande, com uma torcida apaixonada e valorizada. Por isso, continuaremos buscando o engrandecimento da verdadeira alegria do povo, torcendo para que o Paraná Clube possa ter gestões que comprovem a nossa vocação de ser um clube de primeiro mundo, com visão e ações de primeiro mundo. E pra isso, podem contar sempre conosco", finalizou o ex-vice de marketing.
A Gazeta também entrou em contato com o presidente Aurival Correia e com o vice de futebol (e ex-vice de marketing) Márcio Villela, mas ambos estavam com os seus telefones desligados. A assessoria do Paraná não confirmou se a diretoria irá soltar uma nota oficial sobre o assunto.
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