Marcos se emocionou ao falar sobre o pai em entrevista coletiva| Foto: Vanessa Caravalho / News Free / Folhapress

Uma semana depois de anunciar a sua aposentadoria dos gramados, o goleiro Marcos concedeu concorrida entrevista coletiva nesta quarta-feira (11). Como não poderia ser diferente, o agora ex-jogador do Palmeiras fez piada, arrancou riscos e mostrou a sinceridade que lhe foi peculiar durante toda a carreira.

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Em um balanço da carreira, Marcos citou os melhores e piores momentos de sua trajetória na equipe paulista. A goleada sofrida para o Coritiba – 6 a 0 na Copa do Brasil do ano passado – foi citada como um dos momentos para ser esquecido.

"A maior alegria foi aquela bola que o Zapata [do Deportivo Cali] chutou para fora na disputa de pênalti na final da Libertadores. A maior tristeza foi o Mundial [derrota para o Manchester United, em 1999], eu caçando borboleta lá. Teve também aqueles 7 a 2 do Vitória [2003]; 6 a 0 do Coritiba [2011], ambos pela Copa do Brasil.. Tem uns 15 jogos para apagar da memória, mas uns outros 500 positivos", declarou.

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Falando por mais de uma hora com a imprensa, o jogador revelou ter sido difícil a decisão por parar. "É uma coisa meio horrível mesmo", disse ele, lembrando do sentimento que sentiu depois de deixar a Academia de Futebol, na quarta-feira passada, depois da reunião em que comunicou à diretoria sobre sua aposentadoria.

"Eu fiquei muito mal, eu estava muito mal. A hora que eu saí daqui (da Academia) eu pensei: 'parei, meu'. Deu vontade de falar para o César Sampaio: 'era mentira minha, vou pensar mais um pouco'", revelou Marcos. De acordo com ele, o anúncio da parada foi feito pelo gerente de futebol e não por ele mesmo porque o goleiro não queria chorar. "Tive uma semana para preparar meu psicológico", lembrou.

Apesar de tentar, Marcos não segurou a emoção nesta quarta e acabou indo às lágrimas ao falar sobre o pai, morto em 2008.

Durante a entrevista, Marcos ainda lamentou apenas a sensação de "ter morrido", tamanhas as homenagens prestadas por amigos, pela torcida e pela imprensa. "Parece que eu morri, o pessoal falando que 'ele vai fazer tanta falta'. Estou vivo ainda, os caras já me mataram", brincou o ex-goleiro, que deu razão ao sentimento.

"Jogador morre duas vezes. Pelo menos eu estava vivo pra ver. A aposentadoria do jogador é como se tivesse morrido. Aí você chega em casa e vê sua roupa da concentração, a mala, você fala: 'morri mesmo'. Somos dois personagens. O pai da Juju (Ana Julia) marido da Sônia, e o goleiro. O goleiro do Palmeiras morreu", lembrou.

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