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Roma – Momentos depois de desembarcar na base militar de Pratica Di Mare, próximo a Roma, o zagueiro italiano Marco Materazzi negou ontem ter chamado o meia Zidane de "terrorista sujo" antes de receber uma cabeçada no peito do capitão da seleção francesa na final da Copa do Mundo.

"Isso absolutamente não é verdade. Eu não o chamei de terrorista. Eu sou ignorante, nem sei o que a palavra significa", afirmou o jogador que, além de ter feito o pênalti sobre o francês Malouda, que ocasionou o gol dos rivais, foi o autor do gol de empate dos italianos. "O mundo todo viu o que aconteceu ao vivo pela televisão", completou o defensor, que joga na Inter de Milão. A agressão ocasionou a expulsão de Zidane na segunda etapa da prorrogação.

O pai do jogador da Azzurra, Guiseppe Materazzi revelou que o seu filho foi provocado pelo meia francês durante a partida: "Digo somente que falei alguns segundos com Marco por telefone (depois do jogo). Ele me disse que havia sofrido uma provocação".

Mas se o zagueiro afirma não ter sido racista, ontem o vice-presidente do Senado italiano, Roberto Calderoli, causou polêmica com ofensas desse tipo à seleção da França.

"Foi uma vitória de nossa identidade, onde lombardos, calabreses e napolitanos venceram uma seleção que sacrificou sua própria identidade ao escalar negros, muçulmanos e comunistas", disparou o político, que já havia incendiado o ambiente em fevereiro deste ano, quando pediu ao Papa Bento XVI uma nova cruzada contra o avanço do islamismo.

Outra polêmica sobre o lance foi a maneira como a agressão teria sido identificada pela arbitragem. Os franceses reclamam que o quadro de arbitragem não viu a cabeçada de Zidane e utilizou auxílio de imagens. Ontem, a Fifa desmentiu que isso tenha ocorrido.

"Não houve vídeo nenhum, Cantalejo (Luis Medina, o quarto árbitro) viu o incidente e comunicou a Elizondo (o árbitro) pelo fone de ouvido", declarou Andreas Herren, porta-voz da Fifa.

Sobre a demora na expulsão de Zidane, o porta-voz da Fifa disse que Elizondo estava esperando que a situação em campo ficasse mais calma. "Parece que o árbitro esperou a situação ficar mais tranqüila antes de tomar sua decisão."

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