O Atlético realmente fez uma proposta para que Lothar Matthäus seja seu técnico na temporada 2006. A informação foi confirmada à Gazeta do Povo pelo presidente do clube e pelo próprio ex-jogador e agora técnico. O clube teria a ccoperação de uma empresa de marketing esportivo que é ligada a Matthäus e coordena a carreira de alguns jogadores atleticanos. Leia a reportagem de Nícolas França e André Pugliesi:
No ano da Copa da Alemanha, o Atlético sonha em concretizar uma surpreendente jogada de marketing: anunciar o segundo maior craque do futebol alemão, atrás apenas de Franz Beckenbauer, como seu novo treinador. Lothar Matthäus passou dois dias em Curitiba conhecendo a cidade, a estrutura do clube e conversando com a diretoria rubro-negra. Porém vai voltar à Europa e consultar a família antes de decidir se aceita a ousada proposta.
"Não é uma troca de país, e sim de continente. A mudança seria muito grande, mas estou entusiasmado com a possibilidade", admitiu o ex-jogador, de 44 anos, que até o fim do ano passado comandou a seleção da Hungria.
A contratação de Matthäus um profissional caro para os padrões do mercado brasileiro seria viabilizada por uma parceria entre o Rubro-Negro e a Stellar Group, empresa inglesa de marketing esportivo que gerencia a carreira do treinador e de três jogadores do Furacão: Fabrício, Paulo André e David.
A companhia seria responsável por pagar parte dos salários do treinador, que seria seu garoto-propaganda no Brasil. Em troca, o clube paranaense conseguiria fortalecer o seu nome no mercado europeu, graças à contratação de um dos maiores nomes da história do futebol mundial.
Para dar uma idéia da importância de Matthäus, basta lembrar que ele detém o recorde de partidas disputadas em Copas do Mundo. Foram 25, em 5 Mundiais, entre os quais o ápice foi o título de 1990, na Itália.
"Vamos fazer de tudo para que este grande nome seja pioneiro no Brasil. Nunca o país teve uma pessoa como ele no comando de equipes. O melhor futebol do mundo precisa disto também. Mas vamos ter calma porque é uma negociação difícil", disse o representante dos ingleses no Brasil, Márcio Bitencourt, que acompanhou Matthäus ao lado do empresário alemão Ertan Goksu.
O mesmo pedido de paciência parte do presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury. "Gostaria de confirmar com a maior satisfação. Nesta passagem-relâmpago por Curitiba, ficou provado que a reputação dele no mundo inteiro não é à toa. Agora esperamos que possa amadurecer a idéia."
As declarações brecaram um pouco a euforia em torno da novidade. Durante a tarde de ontem, vários veículos de comunicação, principalmente páginas da internet, chegaram a cravar a contratação do técnico pelo Furacão. No entanto, a versão dos empresários e do clube já é bem diferente da apresentada quarta-feira. Na ocasião, ambos os lados disseram que ele havia vindo ao Brasil apenas para conhecer clubes e estádios.
Outro empecilho para a negociação seria o envolvimento do ex-jogador com o Comitê Organizador da Copa do Mundo. Neste caso, porém, o fato de ele estar mais envolvido com o Mundial de 2010, na África do Sul, do que com o deste ano, em sua terra natal, diminuiria a necessidade de Matthäus viajar com freqüência para a Europa.
Apesar de estrear no Paranaense em cinco dias, o Atlético reafirmou a posição de não precisar definir o novo treinador em menos de um mês. É o mesmo discurso adotado em relação a Toninho Cerezo, também pretendente ao cargo, que passará por uma cirurgia de joelho nos próximos dias.
Mas isso não quer dizer que o clube abrirá uma brecha muito grande. "Temos uma comissão técnica formada e o (auxiliar) Vinícius Eutrópio vai comandar o time nos primeiros jogos. Se qualquer treinador se habilitar nesse período, e se encaixar no nosso planejamento, evidentemente será contratado", concluiu Fleury.
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