Que muitas pessoas não sabem conviver civilizadamente com o telefone celular todos sabem. Da mesma forma que é inevitável não entrar em um restaurante sem que crianças estejam correndo e berrando com os pais embevecidos contemplando a desorientação de seus filhotes. Nem falo da insegurança pública e do caos no trânsito porque viraram um clássico do nosso cotidiano.
Só que isso e mais um pouco acaba afetando a convivência em sociedade, prejudicando os relacionamentos e até mesmo os negócios. Ou seja: a má educação e o despreparo cultural estão moldando o novo caráter nacional.
O que importa agora não é o ser, mas o ter. Para certo grupo emergente o importante é possuir bens materiais e algum tipo de poder; e não tornar-se uma pessoa intelectualmente preparada, correta, educada, cumpridora de suas obrigações e que respeita as leis e os regulamentos que determinam o encaminhamento da vida em sociedade. Para essa classe de pessoas o que vale é o dinheiro e não a formação humanística que preserva a ética e o relacionamento entre os indivíduos.
Três notícias chamaram a atenção, ontem, pelo lado negativo:
1) A empresa que vai organizar cerca de 70 amistosos da seleção brasileira durante uma década, a Pitch International, jamais realizou um só jogo antes de obter o contrato com a CBF. O negócio foi acertado pelo ex-presidente Ricardo Teixeira, quatro meses antes de ser defenestrado do cargo. Mesmo sem nenhuma experiência nessa área, a Pitch será preservada pelo novo comando do futebol. Com o detalhe de que a CBF receberá 15% a menos em relação ao contrato anterior sobre os direitos nos jogos amistosos da seleção, mesmo diante de um mercado futebolístico em plena expansão.
2) O Comitê Londres 2012 denunciou a ação de funcionários do Comitê Rio 2016 que teriam roubado dados e informações dos últimos Jogos realizados na capital inglesa. Para quem não sabe, uma equipe de 200 brasileiros permaneceu por três meses na Inglaterra acompanhando a preparação da Olimpíada e muitas dessas pessoas tinham acesso a documentos da organização do evento. Segundo os ingleses os brasileiros não precisavam ter copiado os arquivos, pois vinham compartilhando informações de maneira colaborativa. Defendendo-se, o Comitê Rio 2016 alegou que os funcionários envolvidos no vexatório caso teriam agido por conta própria. My God!
3) O presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, que depois de muita relutância aceitou negociar o meia Paulo Henrique Ganso com o São Paulo, disse na Suíça, onde participou de reuniões na Fifa, que a contusão do jogador é "incurável". Se for verdade, duas constatações: o mau caratismo do presidente do Santos que vendeu mercadoria estragada e o departamento médico do São Paulo colocado em xeque por ter examinado o atleta antes do fecho da negociação.
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