Na segunda-feira (19) a Gazeta do Povo convidou seus leitores a participarem de um desafio e perguntou: Qual é o seu Atletiba inesquecível disputado no estádio Couto Pereira?. Ao todo foram recebidos 50 e-mails que relembraram passagens marcantes do maior clássico do futebol paranaense.
Foram relatos carregados de emoção, textos pessoais, histórias de vida, de amor de alegria e, em quase sua totalidade, com mensagens de paz e civilidade. Dos mais velhos, saudades dos bons tempos do Atletiba. Da divisão do estádio meio-a-meio, das festas, das bandeiras e da amizade. Da rivalidade em campo, mas acima de tudo da política da "boa vizinhança".
Para coxas-brancas
A maioria dos relatos dos coxas-brancas lembram da goleada de 5 a 1 de 16 de abril de 1995, em pleno domingo de páscoa. O nome do jogo foi o saudoso artilheiro Brandão, que naquele dia tornou-se ídolo da torcida e praticamente lançou moda ao comemorar os gols imitando coelhinhos com seus companheiros. Marcos três dos cinco gols da equipe do Alto da Glória, que fechou o placar com Jetson e China.
Outro jogo bastante lembrado pelos torcedores Coxas foi a final do Campeonato Paranaense de 1989, disputada dia 1º de maio. Também foram lembrados a vitória de 17 de outubro de 1999, 2 a 1, pelo Brasileirão, outros jogos da campanha de 1995 (ano em que o Coxa voltou para a 1ª divisão), 25 de agosto de 1968, 11/ 02 de 2001 (duas vezes) e 10/04/2004.
Para atleticanos
Já os atleticanos, sua grande maioria, escolherem os jogos finais do Campeonato Paranaense de 1990, vencido pelo Furacão. A imagem que não lhes saem da cabeça é o gol de Berg, dando vantagem para o Coxa, mas o mesmo Berg chutando contra o seu patrimônio, garantindo o título daquele ano com o placar de 2 a 2 para o Atlético. Ao todo, foram 13 textos relatando aquela final.
Outro jogo que marcou a vida dos atleticanos aconteceu em março de 1971. O Coxa abriu vantagem no placar com 2 a 0, dando a impressão de que venceria facilmente aquela partida. Mas quem tinha Nilson Borges e Sicupira, nunca morreria pagão. Após o empate, o Atlético chegou aos 4 a 2 e nem o gol de Paulo Vecchio no final tirou o brilho daquela vitória de virada, em pleno Belfort Duarte.
Não perca!
Nesta sexta-feira serão divulgadas as duas histórias que serão publicadas na edição de domingo da Gazeta do Povo. Fique ligado e continue acompanhando a super cobertura do clássico Atletiba. No domingo, a partir das 16h, a Gazeta acompanha o jogo em tempo real, pelo sistema LANCE A LANCE.
Nesta sexta, os treinos de Atlético e Coritiba serão acompanhados também em tempo real.
Abaixo você pode conferir os últimos e-mails enviados. Você também pode conferir os relatos da "primeira parte", da "segunda parte" e da "terceira parte", publicados nos últimos dias.
Confira:
"Foram vários Atletibas inesquecíveis pois este clássico paranaense é recheado de ingredientes interessantes. Mas jamais esquecerei o jogo de 1999 quando o Furacão destruiu a Coxarada com uma goleada histórica de 4 x 1 na seletiva para a Libertadores.
Neste dia, não consegui ingresso para a torcida do Furacão e por isso, tive que ficar no meio da torcida coxa-branca. Foi uma experiência interessante pois não pude expressar minha vibração com os quatro gols, mas por dentro estava vibrando e fiquei vendo a torcida alviverde indo embora e os rubros-negros comemorando sem parar.
Neste domingo estarei novamente no Couto Pereira, só que desta vez no terceiro anel da torcida visitante e espero que esse clássico seja marcado pelo bom futebol e não pela violência. Vamos torcer com responsabilidade e consciência. Abraços".
Professor Norberto.
Foi o primeiro jogo da final do paranense de 2008... "O Coxa vinha de uma campanha cheia de altos e baixos na fase classificatória.Quando foi para a semifinal iríamos pegar o Parana Clube e apesar de termos o K9 (artilheiro do PR daquele ano) eu estava desconfiado. Mas passamos com autoridade pelo Paraná com o time jogando bem e ganhando as duas partidas, o K9 fez gols nos dois jogos. Isso fez com que a confiança da torcida aumentase muito. E mesmo com o Atlético em vantagem a torcida compareceu em peso para a primeira partida da final. O jogo O estádio estava lotado. A império fazia uma festa enorme. Fiquei no primeiro anel das arquibancadas da Amâncio Moro, próximo as cadeiras cobertas e da bandeirinha de escanteio. O jogo começa e o K9 tem uma chance logo no inicio. Cara a cara com o goleiro, ele dribla e toca pra Thiago Silvy, mas ele perde o gol. O jogo estava muito aberto. E como eu tinha tomado algumas cervejas não aguentava mais e tive que ir ao banheiro. Na volta eu e meu amigo pegamos mais cervejas para nós e mais 2 amigos.
No momento em que chegamos no primeiro degrau da arquibancada em que podiamos ver o gol do outro lado do estádio o Valencia deu a bola nos pés de Carlinhos Paraíba, o camisa dez do Verdão tabelou com o lateral Ricardinho e chutou de primeira com a parte interna do seu pé esquerdo, colocando a bola na gaveta com uma curva impressionante. 1 a 0 para o Glorioso. O jogo seguiu com algumas oportunidades até o fim do primeiro tempo e mesmo com o Coritiba melhor no jogo o primeiro tempo acabou.
A torcida do Coxa era só alegria e o estádio inteiro cantava, mas dava pra ver o nervosismo na cara e no olhar de cada um. 1 x 0 seria complicado para garantir o título no jogo de volta. O Coritiba voltou pro segundo tempo muito bem e continuava atacando, mas perdia as chances e o Atlético, no contra ataque, sempre levava perigo. Não me esqueço de quando o Paraíba tirou o Alan Bahia pra dançar próximo ao banco de reservas do Coxa, (depois disso foi que o Alan Bahia fez o desenho da bola na sua cabeça pra ele sempre saber onde ela estava... rs).
O Marlos entrou no jogo e abusava da habilidade cada vez que ele pegava na bola era um desespero para os defensores rubro-negros. Foi aí que num contra-ataque que marlos tabelou com Carlinhos na ponta esquerda, a bola quicou e enganou rodolfo que deu um carinho para tentar corta-lá. O meia do Coxa levou próximo a linha e de fundo dentro da área tocou a bola para o K9, cercado por três jogadores. Ele deu uma arrumada para a perna esquerda e fuzilou. 2 x 0 pro Coxa. Tomei um banho de cerveja e era só copo voando. O Couto quase veio à baixo, a torcida cantava 'sai do chão a torcida do verdão' e o estádio tremia. Começamos a cantar a música da caveirinha e o estádio inteiro cantava em uma só melodia, eu via pessoas cantando chorando e se esguelando. Era de arrepiar.
Dentre tantos outros esse foi um dos mais especiais que já estive presente no Couto".
Robison Deivys Machado.
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"Vi muitos Atletibas desde o início dos anos 60, seja na Baixada, "Belford Duarte", Pinheirão, ou Vila Capanema, ou até no antigo colégio Santa Maria. É difícil recordar-me de algum inesquecível, pois a adrenalina e a emoção do clássico contagia os torcedores e são realmente inesquecíveis. Poderia citar o de março de 1971 (Atlético 4 X 3 Coritiba) pela exuberante qualidade e dedicação dos atletas de ambas equipes ao proporcionarem um show no campo, ou o do início de 1995 quando o Coritiba goleou, desencadeando uma reviravolta no Atlético e no futebol paranaense. Por si só, ao se falar de atletiba já nos traz a fixação de partida diferenciada, independente da situação de ambos no momento. O amor e o ódio permeiam a história deste clássico, um precisa do outro, sozinhos não sobrevivem, haja o que houver, estejam onde estiverem, basta acontecer o Atletiba para que se aflorem as emoções, as grandezas, os sonhos e projetos, onde o resultado do jogo pode influenciar o desenrolar de uma competição. Mas o que pretendo transmitir sobre este clássico é que os inesquecíveis foram aqueles que atleticanos e coxas iam juntos ao estádio, passeavam com bandeiras hasteadas nos veículos, enfeitavam o homem nú da praça 19, até elefantes uniformizados serviram para desfile de torcida. No estádio sentavam lado a lado, desfilavam com as exuberantes bandeiras em frente a torcida adversária, tirava um sarrinho do oponente num lance do jogo, não necessitavam de isolamento de torcidas, não havia guerra de pedras e de bombas, e ao encerrar o clássico iam embora juntos, alguns chateados e outros alegres. É claro que havia os exageros, os inconformados, os brigões, os irresponsáveis. Eram a exceção. Não vou mais a Atletibas. Prefiro vê-los pela tv, mas tenho um sentimento de perda muito forte por isso. Infelizmente a diferença que alguns torcedores exercem de ambos os lados estão marcando com sangue e tristeza àquele que deveria ser o jogo de esperança, de emoção, de sentimento de orgulho, independente do resultado do campo".Adolfo Claudio Padilha da Rocha.xxx
"O Atletiba inesquecível no Couto Pereira aconteceu no dia 01/05/89, com a torcida do Atlético tomando a curva da Igreja do Perpétuo Socorro, enquanto que a torcida do Coritiba ocupava os outros setores do estádio. Era um dia frio e cinzento e o Atlético saiu na frente no início do segundo tempo de jogo.
Entretanto, o Coritiba tinha uma das maiores equipes da sua história, com craques como Tostão, Serginho, Carlos Alberto Dias, Kazu e Chicão. Com esse time a esperança de uma virada restava até os momentos finais do clássico. E foi o que aconteceu. Tostão empatou o jogo perto dos 45'e logo na seqüência o zagueiro Berg (aquele mesmo que decidiria o título com um gol contra no ano seguinte) virou o jogo.
O goleiro Marola, do Atlético, também foi homenageado pela torcida do Coritiba com os gritos de frangueiro. Placar final Coritiba 2 x 1 CAP".
Rafael Velloso Stankevecz.
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"Um jogo inesquecivel no Alto da Gloria foi no dia 05 de agosto de 1990 a decisão do Paranaense. Na época eu tinha 11 anos. E vamos lá pro estadio eu e meu pai, que tambem é atleticano. No caminho vejo a torcida do Coritiba em maior numero chegando ao Couto Pereira com os gritos de é campeão. E eu falo bem baixinho, no ouvido do meu pai, dizendo vamos ver quem é quem Vamos ver quem vai ser campeão?
E o juiz apita e começa o jogo, para a alegria dos atleticanos logo de cara o grande centroavante atleticano Dirceu faz 1 a 0. Os atleticanos explodem de alegria, mas por outro lado o Coritiba, tendo uma constelação de craques como Tostão e Pachequino, começa a pressionar e o nervosismo toma conta dos atleticanos.
Vem o pior golpe: o gol de empate do Coritiba anotado por Pachequinho. A alegria é Alviverde. O empate dava o titulo para o Atletico mas no finalzinho do primeiro tempo veio a virada coxa. Numa cobrança de escanteio o goleiro atleticano Marola falha na saida de bola e o zagueiro Berg, que não era bobo, faz o gol da virada.
Foi um balde de água fria para o time e para a torcida rubro-negra. No intervalo eu conversava com meu pai e dizia que íamos virar esse jogo. Começa o segundo tempo, alguns torcedores perto de mim começam a roer as unhas. O time do Atlético partia com tudo para o ataque, mas também sofria com os contra ataques do time do Coritiba.
Mas aí vem um lance que mudaria a história do jogo e logo nos momentos finais, numa cobrança de lateral na esquerda realizada pelo time do Atlético, a bola era cabeceada para todos os lados e no fim a bola sobrou para o zagueiro coxa Berg. O mesmo que fez o gol da virada e que neste lance fez o seu segundo gol, só que contra. Com isso a galera atleticana explode de alegria e a galera Coxa não acredita no que vê. Aos poucos a torcida do Coritiba começa a deixar o estádio e a torcida do Atlético é pura alegria e euforia. E eu e meu pai... nem se fala. Só fazendo a festa.
E quando apita o árbitro, ai é só pegar a taça, dar a volta olimpica e cantar de alegria. Eu fui em tres decisões de paranaense em 1990, 1998 e 2000. Nas três eram Atletiba, mas a de 1990 nunca mais sairia da minha mente. Oh saudades".
Marcos Paulo de Jesus, 30 anos, estudante universitário.
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"Tudo começou com minha mãe, coxa-branca ferrenha, que me levou ao Couto pela 1ª vez em 1981, com 4 anos de idade. Atletibas, vários, porém como aquele do dia 01/05/1989 foi inexplicável.
Tarde nublada em Curitba, tínhamos uma garoa fina caindo e torcedores COXAS e atleticanos marcando grande presença no Couto. Época boa essa. 1º tempo muito disputado e equilibrado. 0 x 0, mas o time rubro-negro não fazia frente aquele Coritiba de Tostão, Oswaldo e cia. No 2º tempo o Atlético fez seu gol logo no inicio, no gol de entrada do Couto, e os Coxas viam Marolla vibrando e provocando a torcida feito um doido.
Entretando, o melhor estava por vir. Aquele time comandado por Edu Coimbra, empatou com um gol de cabeça de Berg, em escanteio cobrado por Sérgio Luis. Eu e minha mãe nos abraçávamos e comemorávamos ainda o 1º gol do Verdão, quando os jogadores atleticanos deram bobeira e a bola caiu nos pés dele, Tostão, de futebol plástica, artístico e eficiente, que invadiu a área adversária como um raio pelo lado direito do ataque coxa, deixou Marolla (aquele que vibrava e provocava a torcida) caído no chão e fez 2 x 1 para o Coxa. Com este futebol de gala naquele Atletiba, o Coxa fechou a conta e passou a régua".
Luiz Fernando Merbold, 33 anos.
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