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Fim das peças móveis aerodinâmicas, novas asas dianteiras e traseiras, pneus slick e Kers. As mudanças previstas no regulamento da Fórmula 1 para este ano vem tirando o sono dos pilotos não apenas dentro das pistas nesta pré-temporada. Após três dias de testes nas pistas de Espanha, Portugal e Itália, a estrelas da categoria têm se mostrado preocupadas com a segurança nas provas.

As mudanças na aerodinâmica surgem como o principal vilão dos pilotos. Lançadas em uma tentativa da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de aumentar o número de ultrapassagens e a emoção nas provas, as novas asas frontal e traseira também têm deixado os carros mais difíceis de pilotar. Principalmente na chuva, condição vivida pelos pilotos nos últimos dias em Algarve e Mugello.

"Houve uma queda muito grande na aderência do carro. Nestas condições (com chuva), é difícil aquecer os pneus. Foi realmente complicado para todo mundo aqui (no Algarve) e quase impossível de se pilotar. Estas foram as primeiras impressões", reclama o piloto da Toyota, Jarno Trulli, que treina no Algarve e que na terça-feira sofreu até com chuva de granizo.

Apesar de em Valência não ter chovido, Robert Kubica também se mostrou preocupado com a nova aerodinâmica do seu BMW Sauber. Segundo ele, as asas frontais com a mesma largura do eixo dianteiro vão aumentar o risco de colisões durante as provas. O polonês foi vítima em 2007, no GP de Montreal, de um grave acidente em que seu BMW Sauber saiu descontrolado e bateu no muro após perder a asa dianteira em uma colisão.

"Com essa asa dianteira tão grande, do tamanho do eixo dianteiro, vamos ter que ser realmente muito cuidadosos. Ela é larga e pode facilmente parar embaixo do carro", explica.

Outro fator de preocupação é o novo sistema de recuperação de energia cinética, o Kers. Além de gerar dúvida sobre o real ganho que os carros têm com o seu uso, o sistema tem se mostrado perigoso, tendo causado um acidente com um mecânico da BMW Sauber nos testes no ano passado. O Kers trabalha com eletricidade em alta tensão e quem manuseá-lo de forma errada pode até morrer.

"Não estamos acostumados a trabalhar com carros usando alta voltagem e acredito que teremos muitos acidentes este ano, vai ser inevitável. Estamos trabalhando para minimizar os riscos, mas no final, ele vai existir. Estamos falando de várias centenas de volts e dezenas de amperes letais. E é corrente direta, se você torcar, não consegue soltar", lembra um mecânico da Renault, que não quis se identificar, ao diário espanhol "Marca".

Na contramão da polêmica, o piloto de testes da McLaren Pedro de la Rosa diz que está tranqüilo em relação à segurança do Kers. Responsável pelo desenvolvimento do MP4-24, De la Rosa garante que os pilotos têm recebido orientações sobre o novo sistema.

"Não tenho preocupação quanto ao Kers. Inicialmente, todos tínhamos com o acidente do mecânico da BMW. Mas, desde então as equipes têm explicado aos pilotos os riscos do Kers e estamos praticamente confortáveis no momento", disse ao site "Autosport", emendando.

"O problema com a eletricidade é que você não pode vê-la. Você vê onde está o fogo, mas não pode ver onde está a eletricidade. Esse é um problema para os comissários também".

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