Nesta segunda-feira (3), quando Marcelo Oliveira foi ao CT da Graciosa e vestiu pela primeira vez o uniforme da comissão técnica do Coritiba, com direito a boné e tudo, o inevitável aconteceu. O novo comandante do Alviverde, mesmo sem querer, sentiu a responsabilidade de continuar o ótimo trabalho feito pelo antecessor Ney Franco, hoje no comando da seleção brasileira sub-20. Para Oliveira, no entanto, o momento é diferente: de marcar sua própria trajetória no Alto da Glória. "Temos o desafio de escrever uma nova história. O que foi feito foi brilhante. Os jogadores estão marcados para sempre na história do clube. Agora vamos escrever a nossa história", afirmou o treinador, que fez elogios ao trabalho do ex-técnico. "Futebol sempre tem pressão e cobrança. Mas acho melhor assim, onde você já tem uma referência de qualidade e de estrutura. Me sinto muito à vontade, sabedor que temos de trabalhar intensamente para gerar resultados", adicionou.
Além do boné, Oliveira também herdou a base do time que conseguiu o acesso à Série A e se mostrou muito contente com o elenco que tem à disposição para o início do Paranaense. A estreia é no dia 16 de janeiro, contra o Operário, fora de casa. "Os grandes reforços foram realmente do próprio clube. Jogadores adaptados, identificados com o torcedor e que talvez, se saíssem, você não encontraria no mercado nomes com essa qualidade e perfil", disse.
Além das permanências do volante Léo Gago, do meia Tcheco, e dos atacantes Leonardo e Marcos Aurélio, o técnico comemorou a vinda de outros reforços, como ex-paranista Anderson Aquino e o zagueiro Emerson, que disputou a última temporada pelo Avaí. "Trouxemos situações pontuais, um lateral-direito [Maranhão], um lateral-esquerdo [Eltinho]. Estou muito satisfeito e com a expectativa de cumprir o primeiro objetivo, que é o bicampeonato", afirmou.
Quem também pode se encaixar na conta de Oliveira é o meia Rafinha, titular absoluto da equipe de Ney Franco no ano passado. O jogador se reapresentou e já treinou ontem, mas como espera a CBF reconhecer o fim de seu vínculo com o São Paulo, está ameaçado de não poder disputar as rodadas iniciais do Estadual. "Ele teve uma vitória jurídica para exercer sua profissão. Esperamos que a CBF a acate o mais rápido possível. O departamento jurídico está tratando para que até dia 16, nem que com uma decisão parcial, ele possa atuar", explicou o supervisor de futebol coxa-branca, Felipe Ximenes.
Rafinha, de qualquer forma, faz parte do grupo de 32 atletas que viaja amanhã para o período de 13 dias de pré-temporada em Foz do Iguaçu. Após quase 40 dias de férias e muita saudade da bola, o atacante Leonardo já sabe que na cidade da fronteira não terá mais mordomias e a comidinha da mamãe. "Mãe faz tudo para agradar. Ganhei um ou dois quilos, mas em dez dias já vou estar com o peso ideal", garantiu.