No início de uma nova era, a seleção brasileira foi derrotada por um velho carrasco. Nesta quarta-feira, em Puerto Ordaz, o time perdeu por 2 a 0 para o México na primeira partida de um torneio oficial, a Copa América, sob o comando de Dunga. Desde agosto de 1999, o Brasil só venceu os mexicanos uma vez em sete confrontos (quatro derrotas e dois empates).

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Os gols da equipe treinada pelo ex-atacante Hugo Sánchez foram de Castillo e Morales, ainda no primeiro tempo. No segundo, o time de Dunga cresceu, Robinho teve boa atuação e chegou a acertar o travessão, mas não conseguiu passar pelo goleiro Ochoa, que fez grandes defesas. Após esta primeira rodada, o México divide a liderança do Grupo B com três pontos ao lado do Chile, que bateu o Equador por 3 a 2, de virada.

O próximo jogo do Brasil é contra os chilenos, domingo, em Maturín, às 17h05m (de Brasília). A última vez que a seleção brasileira venceu o México foi na Copa América de 2004, por 4 a 0, e o time comandado por Carlos Alberto Parreira acabou campeão. Bicicleta de Robinho, gols mexicanos e 'olé'

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Dunga surpreendeu e escalou o goleiro Doni como titular. Hugo Sánchez também teve novidades: deixou o goleiro Oswaldo Sánchez e o atacante Blanco no banco de reservas. Antes do jogo, uma curiosidade: por causa do atraso na partida entre Chile e Equador, os hinos nacionais de Brasil e México não foram cantados pelos jogadores.

A sorte do Brasil poderia ter mudado logo aos cinco minutos. Por um erro do árbitro argentino Rodolfo Otero, um gol legal de Diego foi anulado: após chute de Maicon, o camisa 10 recebeu em posição legal e marcou, mas o juiz deu impedimento.

Aos 10, nova chance do time de Dunga. Diego cobrou escanteio, Alex subiu mais que a zaga mexicana e tocou de cabeça rente à trave direita de Ochoa. A equipe de Hugo Sánchez tentou sair da retranca aos 19, com um chute de longe para fora de Cacho. Robinho apareceu aos 21 em uma linda jogada: após cruzamento da direita, o craque dominou, a bola quicou e o atacante acertou uma bicicleta, mas a bola foi por cima.

Lance bonito por lance bonito, o do México foi mais eficiente. Aos 23, Castillo recebeu lançamento de Cacho, entrou na área, deu um chapéu em Maicon e bateu na saída de Doni. Golaço, 1 a 0 para os mexicanos.

Cinco minutos depois, 2 a 0: em cobrança de falta, Moralles acertou o ângulo esquerdo de Doni, que ficou parado olhando a bola entrar. No estádio, gritos de "Olé!" a cada toque dos mexicanos.

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'Milagres' para parar Robinho e cia

Para acordar a equipe, que sentiu muito os dois gols, Dunga colocou Anderson e Afonso em campo no segundo tempo, nos lugares de Diego e Elano. A mudança deixou o time mais ofensivo, Robinho cresceu de produção e o ex-gremista quase diminuiu aos seis. Após passe da esquerda, matou no peito e chutou cruzado, perto da trave.

Mais solta, a equipe brasileira passou a pressionar os mexicanos. Aos 13, bela tabela de Vágner Love e Robinho, que parou só em um "milagre" de Ochoa: o ex-palmeirense deixou o craque do Real Madrid na cara do gol, mas o goleiro dividiu e ficou com a bola.

Mais quatro minutos, e novo "milagre". Depois de cruzamento da esquerda, Afonso, dentro da área, pegou de primeira, forte, e Ochoa pulou para fazer grande defesa e evitar o gol brasileiro.

Robinho passou a chamar a responsabilidade e levou a seleção para o ataque, com boas jogadas individuais. Aos 23, de cabeça, o craque quase marcou, mas Ochoa salvou. No rebote, Anderson bateu e o goleiro pegou de novo. Três minutos depois, o ex-santista entrou pela direita, pedalou e chutou no travessão.

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Aos 29, o "milagre" final: Alex pegou forte de cabeça, mas Fausto Pinto tirou em cima da linha. O terceiro do México quase saiu aos 48, mas Castillo chutou para fora sem goleiro. Não era a noite do novo Brasil de Dunga.

BRASIL 0 x 2 MÉXICO

Local: Estádio Cachamay, Puerto Ordaz (Venezuela)

Árbitro: Sergio Pezzota (ARG)

Gols: Castillo (23' do 1º tempo), Morales (28' do 1º tempo)

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Cartões amarelos: Castillo (México), Alex (Brasil), Afonso (Brasil)

Brasil: Doni, Maicon (Daniel Alves), Juan, Alex e Gilberto; Mineiro, Gilberto Silva, Elano (Afonso) e Diego (Anderson); Robinho e Vágner Love. Técnico: Dunga.

México: Ochoa, Israel Castro (José Antonio Castro), Rafael Márquez e Jonny Magallón; Fausto Pinto, Arce, Correa, Torrado e Morales (Losano); Castillo e Juan Carlos Cacho (Omar Bravo). Técnico: Hugo Sánchez.