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Zurique - O Catar teria pago US$ 20 milhões para conquistar votos para sediar a Copa de 2022. A denúncia foi feita ontem pela imprensa alemã e ex-funcionários da Fifa, que se dizem fartos da corrupção, prometem apresentar hoje em Zurique as contas bancárias, transações e passaportes dos envolvidos.

A nova denúncia aprofunda a crise na Fifa, que amanhã terá sua eleição para presidente. Mas o atual mandatário – e candidato único após a desistência do catariano Mohammed bin Hammam –, Jo­­seph Blatter, insiste que "não existe uma crise".

Pelas novas denúncias, os beneficiados pelo suborno seriam o argentino Julio Grondona, o paraguaio Nicolas Leoz, o guatemalteco Rafael Salguero e Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana. Cada um teria recebido US$ 5 mi­­lhões. Segundo as promessas dos ex-funcionários, hoje as transações bancárias deles serão distribuídas, mostrando o pagamento de fundos e empresas do Catar.

A denúncia surge um dia de­­pois de um e-mail interno vazar. Nele o secretário-geral da entidade, Jérome Valcke, dizia que o Ca­­tar havia "comprado" a Copa. Há pou­­cas semanas, uma CPI no Parlamento Inglês também apontou que alguns dos cartolas teriam recebido US$ 1,5 milhão cada.

Porém Blatter continua sem ver motivos para investigações. "Não faremos nada. A Copa de 2022 não será tocada", afirmou. Segundo ele, nos documentos do Parlamen­­to Inglês não havia provas. Ques­­tionado se houve suborno, foi evasivo: "A decisão que tomamos para a Copa de 2022 foi feita exatamente no mesmo padrão e ambiente que a Copa de 2018 [na Rússia]".

Valcke disse que se tratava de um "e-mail particular" e que nem todo o conteúdo foi divulgado. Mas confirmou que a mensagem existiu. Mais tarde, em um comunicado, explicou que usou um termo "mais leve", por ser algo informal. "Quando eu me referi à Copa de 2022, o que eu queria dizer é que a candidatura que venceu usou sua força financeira para fazer lobby por apoio. Eles eram uma candidatura com um orçamento muito importante", minimizou

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