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Aquele gol de Romarinho no último lance do jogo foi um castigo. Pensando friamente, o Coritiba não merecia a derrota, pois tinha acertado suas linhas no segundo tempo, depois que o gol de Éverton Ribeiro garantiu a vantagem no marcador. Mas talvez tenha sido punido por pecar na finalização, que continua sendo problema maior desse time, que gira muito bem a bola nas proximidades da área adversária, sem a objetividade que se poderia desejar.

Sim, dá até para reclamar de uma falta clara de Jorge Henrique em Thiago Primão, na linha de fundo do ataque coxa. Poderia ter gerado um lance de gol, quem sabe? Pelo menos impediria a jogada subsequente, justamente o ataque corintiano transformado em gol da virada.

Mas, ainda assim, o Coritiba teve maior posse de bola e domínio de jogo suficiente para poder construir um placar favorável. Ou pelo menos para administrar a vantagem que havia obtido no último lance do primeiro tempo. E o Corinthians, que já demonstrava estar satisfeito com o resultado igual, ganhou de presente o lance final e decisivo. Foi um castigo, sim. Mas, pensando bem, o Coxa não teve competência para fazer melhor.

Além da conta

As redes sociais têm tantos profundos entendidos em todos os esportes que fiquei até meio sem jeito para registrar alguns pitacos aqui sobre a Olimpíada. De repente, todo mundo entende de vôlei, de ginástica, de pentatlo moderno, de tudo. No mesmo nível que condenam cruelmente sem qualquer base ou fundamento.

Sim, porque daqui a duas semanas (pode apostar) ninguém mais vai falar de qualquer esporte que não seja o futebol do dia a dia. Torneio José Finkel: assistir para quê se já sei tudo de natação pelos poucos minutos que tenho acompanhado a cada quatro anos? Liga Mundial, Grand Prix de Vôlei? Supérfluos.

Precisamos valorizar, sim, o empenho dos rapazes do vôlei na prata de domingo. Tanto quanto o ouro de sábado, das meninas. No equilíbrio do esporte, os detalhes fizeram a diferença. Entre as moças, naqueles seis match-points salvos contra a Rússia. Entre eles, nos dois match-points aliviados pelos russos.

Nem mesmo a prata do futebol pode ser desprezada, como se lê às enxurradas por aí. Não jogamos contra nada, contra uma parede. Enfrentamos uma equipe que se preparou em três anos, quase quatro, exclusivamente para os Jogos Olímpicos. E que contou com a força do detalhe para ser campe㠖 aquele gol a 30 segundos, que desestabilizou a seleção brasileira.

No fundo do fundo o balanço geral é positivo. Sim, para um país que pouco se importa com o esporte e que nem sequer reagiu quando a educação física foi eliminada das escolas (em todos os níveis) do país.

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