Ele fez o Caldeirão ferver no tão esperado primeiro grito de gol na casa nova. Atacante do Gamba Osaka, do Japão, Lucas lembrou dos primeiros momentos do recém-construído estádio que tanto marcou sua passagem pelo Furacão.
Como era defender o Atlético naqueles meses pré-Arena?
Cheguei praticamente um ano antes (abril 1998). Estava tudo demolido. Era difícil jogar no Pinheirão, na Vila Olímpica, Capanema e até no Couto Pereira. Não tínhamos a nossa casa. A torcida até tentava ajudar, mas não era a mesma coisa, ficava distante.
A ansiedade dos torcedores era imensa pela inauguração. Vocês passaram por isso também?
Eu nunca havia enfrentado o Atlético e não imaginava como era a Baixada. Os jogadores que conheciam me passavam a ideia do que seria o Caldeirão, porque a torcida do Atlético é muito diferente, tem um amor pelo time como se fosse o de marido e mulher.
Qual era o clima da equipe no dia da estreia?
Nosso time estava um pouco receoso porque havíamos sido eliminados pelo Coritiba no Paranaense e pensamos até que poderia ter vaias. Só de entrar no estádio foi uma emoção indescritível. Não houve críticas, só apoio. Parecia uma final de Copa do Mundo pela emoção de toda a torcida. Hoje conheço muitos estádios modernos, mas a primeira vez você nunca esquece (risos).
Havia alguma aposta, alguma brincadeira sobre quem deixaria a primeira bola na rede?
O técnico era o (Antônio) Clemente, e acho que se pudesse até ele entraria em campo para tentar fazer o primeiro gol. Todo mundo queria marcar, mas ninguém foi fominha. Ainda vejo o vídeo no (site) You Tube e acho que fui um predestinado. Quando o Luisinho Netto cruzou, havia vários jogadores na área, mas a bola veio bem na minha cabeça. Daí o estádio explodiu, uma loucura. Todo mundo queria voltar a gritar gol na Baixada.
Logo depois você deixou sua marca também no primeiro jogo do Brasileiro daquele ano, contra o Flamengo, e acabou ficando conhecido nacionalmente.
Eu havia feito seis gols na Copa do Brasil, ficando atrás apenas do Romário. Perguntaram aos jogadores do Flamengo se temiam o garoto Lucas e o (goleiro) Clêmer falou: "Que Lucas? Não conheço nenhum Lucas". Depois, ele até disse ao Kelly (ex-jogador rubro-negro) que não quis me menosprezar. Hoje acho que tenho de agradecer a ele, pois me motivou muito e eu queria marcar de qualquer jeito e dar uma resposta depois do jogo. Só que na hora do gol eu vi uma câmera e, sem pensar, eu fui lá e gritei: "Eu sou o Lucas!" Até hoje lembram muito daquele jogo. Alguns fazem piada até. Acabei me apresentando para o Brasil inteiro sem querer.
Foram dois anos no Atlético nos quais você criou muita identificação com o clube. Pensa em voltar?
A vontade de voltar é do mesmo tamanho do receio. Não quero que digam que voltei só por ser atleticano, para encerrar a carreira. Minha história foi tão bonita e não quero manchar jogando abaixo do que posso. Teria de ser daqui a um ou dois anos, mas isso hoje é impossível. Estou até renovando contrato para continuar aqui. Vou ficar torcendo de longe. (ALM)
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