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O leitor mais fiel desta coluna sabe que eu considero o trio do pódio de ontem, nos Estados Unidos, como os melhores pilotos desta geração: Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Por isso, até estranhei a informação de que foi justamente em Austin onde os três se reuniram pela primeira vez em um pódio.

Melhor assim: nada melhor que este registro inédito fique como lembrança de um GP que veio para ficar, com o Texas sendo o local perfeito para a F-1 encontrar uma adaptação ao estilo americano. Foi simbólica a ótima ideia de colocar os chapéus de caubói nos pilotos no pódio, como a Nascar faz sempre que está neste estado norte-americano.

A vitória de Hamilton mostra que Alonso não está apenas jogando psicologicamente contra Vettel dizendo que imaginava que a sua briga maior seria com o piloto da McLaren. Quis o destino (e algumas quebras) que o inglês ficasse fora da decisão do Mundial na última rodada, neste próximo domingo, em Interlagos.

Seria épica uma decisão envolvendo estes três pilotos, mas a final de 2012 ainda tem boas chances de coroar uma temporada que vem sendo considerada como a melhor em muitas décadas. Oito vencedores diferentes (sendo seis equipes distintas) e uma final com dois dos melhores pilotos da história da F-1 (Vettel e Alonso) na corrida final em um ano com 20 GPs é algo para fã nenhum colocar defeito. 2012 merece uma grande final.

A melhora da Red Bull no final do campeonato fez com que o alemão chegasse com uma vantagem confortável na corrida final: 13 pontos. Mas ele sabe exatamente do que é capaz um piloto entrar na final como franco atirador: foi assim que Vettel entrou naquela pista de Abu Dhabi, em 2010, com desvantagem para Alonso na tabela e ainda assim assegurar sua primeira taça de campeão por apenas um ponto! Agora, os papéis se invertem. Da mesma maneira, o espanhol deve se lembrar bem deste dia – e com uma vantagem: o palco da decisão. Interlagos é uma pista onde a Red Bull tem melhor retrospecto recente (venceu as três últimas edições), mas é justamente onde as corridas costumam ser mais imprevisíveis, com a chuva paulistana sempre ajudando a embaralhar a corrida na hora certa.

Que Vettel e Alonso façam uma disputa inesquecível. A temporada merece – e Interlagos também.

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