Eles não são mais tão baixos. Também não são mais inexperientes, nem ingênuos. O Japão pretende provar que se livrou, de uma vez por todas, dos estereótipos de sua seleção.
"O Japão cresceu e se desenvolveu. O mesmo se aplica ao futebol na Ásia. Mas para medir exatamente onde estamos e mostrarmos nossas melhorias nós temos de jogar esses jogos importantes", afirma o italiano Alberto Zaccheroni, técnico do time nipônico, primeiro classificado para o Mundial de 2014.
A média de altura entre os 23 jogadores é de 1,80 m, a mesma da seleção brasileira, por exemplo. Apenas dois centímetros inferior a da Nigéria, conjunto mais alto da competição, com 1,82 m.
Um crescimento considerável. Há dez anos, o time japonês media somente 1,75 m. Pequenos, a bola aérea era um tormento e o confronto físico inglório. Hoje há até um especialista no jogo pelo alto. O atacante Mike Havenaar, filho de holandeses nascido no Japão, ostenta 1,94 m e um cabeceio perigoso. A rodagem também aumentou bastante. A liga nacional demonstra evolução faz tempo, depois de tantos anos de intercâmbio com atletas do mundo todo os brasileiros foram os pioneiros, lá no começo dos anos 90.
A diferença é que, mais recentemente, os nipônicos passaram a correr o mundo atrás da bola. A Bundesliga alemã forneceu oito atletas para a seleção.
Outros seis atuam pela Europa. Entre eles, um dos destaques do time, o meia Kagawa, do gigante Manchester United. Apenas nove vieram da J-League, a disputa local o Brasil apresenta o mesmo número, com nove "nacionais" e 14 "estrangeiros". "Quando cheguei ao Japão [2010, após a Copa], poucos jogavam no exterior. Muitos países começaram a olhar nossos jogadores e eles estão tendo excelente desempenho e trazem a experiência de outras ligas", disse Zaccheroni.
Todo esse pacote de desenvolvimento os japoneses esperam ser suficiente para bater, pela primeira vez em sua história, o Brasil. E apagar a imagem do último encontro, vencido pelos brasileiros por 4 a 0.