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O Coritiba impôs um primeiro tempo contra o Palmeiras tão forte e objetivo quanto o Corinthians na final da Libertadores. Com uma diferença: Emerson Sheik fez o gol que Junior Urso, em jogada parecida, não conseguiu fazer para o Coxa. No volume de jogo, tanto o Boca (o tempo todo) quanto o Palmeiras (em 45 minutos) não respiraram diante da energia avassaladora que lhes foi imposta. Contra o Coritiba, além do gol perdido, pesou a insensatez da CBF de escalar um árbitro inseguro e sem critério.

O pênalti marcado no fim do primeiro tempo mudou tudo. O Palmeiras não havia chegado nem uma só vez ao gol de Vanderlei. Quando acontece esse puxa-puxa, agarra-agarra dentro da área, o árbitro ou adverte antes ou não dá nada depois. E, se eventualmente pune, a última coisa seria marcar pênalti – in dubio pro reo (na dúvida a favor do réu). No boxe, por exemplo, quando os lutadores entram na zona de clinch, simplesmente são separados pelo juiz. Sem punição. Aquele pênalti escolhido por Sua Senhoria nocauteou o ótimo futebol que o Coritiba vinha fazendo.

Daí vem a pergunta: a história acontecida no ano passado contra o Vasco vai se repetir? Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? Bem, especialistas em meteorologia dizem que pode cair sim. E não só uma, mas várias vezes. Então que se deixem de lado crendices, superstições e ditos populares. Sejamos cartesianos. O Coritiba é no momento mais time do que o Palmeiras. O Vasco no ano passado era um dos três melhores do Brasil.

Quarta-feira o Coritiba precisa ser contundente. O Palmeiras é mais fraco e aceitou essa condição cautelosa, mesmo sendo o mandante do jogo. Agora diante de seu povo, no Alto da Glória, a cada round o Alviverde deve levar seu adversários pras cordas. O Coritiba pode ser o campeão da Copa do Brasil desde que parta para o nocaute. O que não deve é incorporar o regulamento, pensando em fazer três gols e não tomar nenhum. Claro, isso está no subconsciente de todos, mas o foco deve ser outro. É criar um clima arrasador, como se precisasse lavar a alma. O resultado é consequência.

Um ou outro ajuste técnico é interessante. A lateral direita, por exemplo, pode ser mais eficiente. Recompor Willian com Sérgio Manoel dá mais alinhamento e geometria. E a dinâmica do trio que alimenta Everton Costa deve ser oxigenada para 90 minutos. Aí, deixa acontecer... Um raio pode sim cair mais do que uma vez no mesmo lugar. Mas dá para evitar apenas com um captador e fio terra. Debaixo até de uma chuva de gols. Como foi aquela de 6 a 0 lembrada na entrevista de ontem pelo Scolari.

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