Presidente do inquérito que apurou o suposto estelionato na arbitragem paranaense, o promotor de justiça Otacílio Sacerdote Filho não esconde a decepção. Indignado com a absolvição dos principais envolvidos, ele não poupa críticas ao TJD-PR – órgão do qual faz parte.

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Gazeta do Povo – A decisão do TJD no julgamento foi política?

Otacílio – Acho que foi um resultado em busca do continuísmo. A cada quatro anos busca-se a renovação dos cargos dentro do TJD (que vai até junho de 2008). Quem ocupa uma cadeira no pleno ganha status, tem acesso à Federação e aos clubes. É uma questão de prestígio.

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Mas o senhor percebeu alguma tendência durante o julgamento?

Eu falei para o Evandro Roman (árbitro e principal testemunha de acusação), antes de ele depor: "Está perdido, o julgamento está perdido..." E ele me perguntou como eu sabia disso. Respondi: "Pelas perguntas que estão fazendo durante a sessão, já percebo que o voto está pronto."

Por que condenaram os dirigentes que supostamente pagaram propina e absolveram quem teria recebido?

Eles (auditores) se perderam na hora da votação. Alguns estavam com o interesse nítido de favorecer os árbitros. Mas eles não se tocaram que punindo os dirigentes teriam que punir os árbitros também.

Como ficou a credibilidade do TJD?

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Sem nenhuma. O próprio presidente Bôrtolo Escorssim reconhece que o Tribunal perdeu completamente a credibilidade. (RF)