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Boas, mas insuficientes. As propostas apresentadas pelo Ippuc para o setor de transporte comportar a Copa de 2014 foram avaliadas com ressalvas por especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Da série de obras previstas, as voltadas ao trânsito estão entre as que possuem maior influência na vida dos curitibanos. Se todos os projetos saírem do papel, a população contará com importantes melhorias na mobilidade, sem resolver, contudo, grande parte da demanda.

De positivo, a tão esperada construção do metrô, considerada uma de necessidade incontestável e cujo alcance ultrapassa seus usuários. "Começa com a simples rapidez no deslocamento, vai até a expressiva redução de ônibus nas ruas e melhora o sistema de transporte, que, por mais que não gostem que se fale, é deficitário", afirma o engenheiro civil e titular do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Ratton.

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"O metrô estava na agenda da cidade independentemente da Copa, e agora será contemplado com os recursos necessários para solucionar as deficiência de um sistema projetado na década de 70 e que está ultrapassado", acrescenta o arquiteto e urbanista Carlos Hardt, professor e pesquisador do mestrado e do doutorado em Gestão Urbana e diretor de curso de Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

A linha anunciada prevê contemplar o trecho Santa Cândida/CIC-Sul, mas o arquiteto, urbanista e professor da UFPR, Luís Henrique Cavalcante Fragomeni, duvida da conclusão. "Se tiver metrô, vai ser do Pinheirinho ao centro, e olhe lá", diz.

"Dependendo das seleções que vierem, o movimento de torcedores será pequeno e os custos, muitos elevados. No fundo, vão melhorar o estádio, o aeroporto e o caminho do aeroporto. E Curitiba continuará dormindo em berço esplêndido em termos de visão internacional de novas propostas de integração da cidade com a região metropolitana, que é a grande transformação necessária", complementa.

As reservas dos especialistas se concentram também nas reformas anunciadas para importantes ruas da capital como a Marechal Floriano, Salgado Filho e Avenida das Torres, que visam diluir o movimento nesta última via. Ratton critica a resistência em se implantar na cidade as passagens de transposição, como trincheiras, viadutos e galerias.

"A Linha Verde é um exemplo. Tem 23 semáforos, um por quilômetro. Vai continuar engarrafada. Melhor uma cidade feia com viadutos e mobilidade do que com canteiros e florzinhas e que não ande", dispara.

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As novas obras incluem algumas passagens de nível, mas não estariam como prioridade, segundo Hardt. "Neste pacote da Avenida das Torres há a previsão de algumas. Mas são menos ainda nas obras envolvendo a região metropolitana", explica o engenheiro, que participou do projeto com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). "O município tem de continuar a planejar e investir em outras questões e não apenas nestas medidas estratégicas por causa da Copa do Mundo", acrescenta.