O nadador César Cielo testou nesta sexta-feira um traje de alta performance da Tyr, mas as caretas que fez ao colocá-lo, ajudado pelo técnico e por um amigo francês que tiveram de fazer força para ajustá-lo ao brasileiro, foram os indicativos de que a roupa não será usada nas provas no Cubo D'Água de Pequim.
Cielo deve competir com o LZR Racer, da Speedo, maiô utilizado por diversos nadadores que quebraram recordes mundiais este ano antes dos Jogos Olímpicos. Toda a delegação brasileira terá o traje à disposição em Pequim.
"Ele não gosta muito daquele traje (da Tyr), não vai usar na competição", disse o treinador de Cielo, o australiano Brett Hawke, afirmando que o brasileiro, que disputa as provas de 50 e 100 metros livres e revezamento 4x100 metros livre e medley, colocará a roupa da Speedo na competição. "Ele se sente mais confortável nele."
Perto do fim da sessão de treinamentos desta sexta-feira, Cielo apareceu com o traje da Tyr, negro com detalhes prateados, vestido apenas nas pernas. O nadador precisou da ajuda de seu técnico e do parceiro de treinos nos Estados Unidos, o francês Fred Bousquet, para vestir a parte de cima.
Puxando várias vezes o maiô para os lados de seu peito, Cielo ainda mostrou desconforto ao se ajeitar sobre a plataforma da piscina, apesar de receber cumprimentos de outros nadadores sobre o traje. A impressão que passou foi que o maiô era tão justo que atrapalhava a respiração.
"Os maiôs têm que ser justos mesmo para não entrar água dentro quando estão nadando", disse Hawke. "E ele não precisa mesmo respirar nos 50 metros", brincou o treinador.
O teste ocorreu porque a fabricante do Tyr estava entregando maiôs para nadadores de várias delegações nesta sexta-feira, apenas um dia antes do início das provas de natação, disse Hawke.
Na piscina, Cielo deu algumas braçadas cronometradas pelo técnico, mas depois de voltar a demonstrar desconforto no peito e na região da virilha, deixou a piscina e foi ao vestiário.
Barbudos
Enquanto o brasileiro testava o traje, seu colega de equipe Thiago Pereira circulava pelo complexo do Cubo D'Água com barba já grande e chapéu enfiado na cabeça. Evitando falar com a imprensa, ele apenas acenou garantindo que aparecerá na estréia, no sábado, com o rosto limpo.
"Vou tirar hoje", gritou já quase de dentro do vestiário, brincando com o companheiro Henrique Barbosa, sobre a farta cabeleira que ele exibia no rosto também. "E ele vai também", disse Pereira.
Para o canadense Mike Brown, um dos vários marmanjos barbados da equipe de seu país na sessão de treinamento, a sexta-feira ainda incluirá algumas horas de raspagem de pêlos para diminuir a resistência do corpo com a água.
"Todo mundo vai fazer o mesmo, eu mesmo vou passar duas ou três horas nisso", disse o nadador.
"É uma espécie de ritual dos nadadores", afirmou Rômulo Noronha, chefe da equipe de natação do Brasil, também com a barba por fazer.
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil