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Uma prova de que pouca coisa mudou no futebol feminino do Brasil após a medalha de prata em Atenas e o ouro no Pan é a situação da goleira Bárbara, a mais nova do grupo, com apenas 20 anos. A jogadora de olhos verdes ganhou a posição da veterana Andréia e parece contar com a confiança do técnico Jorge Barcellos. Estará no gol do time contra os EUA, na final de hoje.

Prestes a lutar pelo ouro inédito do Brasil na modalidade, Bárbara é uma desempregada. Está na lista de estatísticas do IBGE. Sem clube para trabalhar, após os Jogos da China ela voltará a viver do Bolsa-Atleta, uma ajuda do governo federal para alguns atletas brasileiros que não têm patrocínio. Seu salário mensal não deve ultrapassar os R$ 2.500. Também espera engordar a conta bancária com a premiação prometida pela CBF.

"Não sei de quanto será o prêmio pelo ouro, mas a CBF sempre honra com os seus compromissos", disse o chefe da delegação do futebol feminino em Pequim, Paulo Dutra. Não é bem assim. Em 2007, o elenco teve de cobrar a premiação combinada após ter ficado em segundo lugar no Mundial. A entidade alegou não pagar prêmio por vice-campeonato, mas prometeu reconsiderar sua decisão.

Bárbara espera que o ouro venha, e, com ele, uma nova proposta de emprego. "Há alguns clubes da Europa interessados, mas vamos esperar o fim dos Jogos Olímpicos."

Até dezembro do ano passado, ela atuava pelo Sport, de sua Recife natal. Ocorre que o clube alegou não poder pagá-la e simplesmente não renovou o seu contrato. Para manter a forma, Bárbara treina em academias. Também aproveitou os jogos da seleção para continuar em atividade.

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