Daiane garante que estará em Londres; mas para ver Diego em ação
Daiane dos Santos se despediu dos Jogos Olímpicos de Pequim com o sexto lugar no solo. Aos 25 anos, a gaúcha sabe que não tem mais pique para acompanhar o ritmo e tentar chegar à Olimpíada de Londres, em 2012. A aposentadoria está próxima. Ao que tudo indica, após a Copa do Mundo, no fim do ano, ela irá pendurar o collant.
Nervosa, Jade não via a hora de a prova acabar
É difícil decifrar Jade Barbosa. Quando todos pensam que a ginasta amadureceu com o título da Copa do Mundo da Rússia neste ano, aprendendo a lidar com o favoritismo, ela comete uma série de erros nos Jogos Olímpicos e volta para casa sem passar nem sequer perto do pódio.
Pequim - Dos três ginastas do país que disputaram a final de ontem, Diego Hypólito foi disparado quem mais ficou arrasado. A entrevista do atleta após a competição se resumiu a muito choro e algum balbuciar de palavras.
"Não sei o que aconteceu, não sei mesmo. Estava tudo muito bem, tudo muito certo. Não sei mesmo", disse, ainda sem conseguir entender o tombo, já no fim da apresentação. "Peço desculpas aos brasileiros", acrescentou, saindo para buscar consolo com a irmã mais velha, a também ginasta Daniele Hypólito.
Coube então ao técnico Renato Araújo tentar decifrar os motivos que levaram o bicampeão mundial no solo (2005 e 2007) a desabar.
"Há dois dias (na sexta-feira), ele fez a mesma série durante o treino de forma maravilhosa. O Diego nunca havia errado isso na vida", revelou, indicando o que em sua opinião poderia ter originado a falha, que acabou com um planejamento de oito anos em menos de um segundo.
"Ele tentou cravar para não perder nenhum ponto. Ao fazer o movimento de abrir a perna, sei lá, três décimos antes, se precipitou e caiu."
O treinador vai esperar a poeira baixar para conversar com o ginasta. Agora, diz, o momento é de reflexão e de muitas cobranças. "(O Diego) vai demorar um bom tempo para se recuperar. É a maior pancada que ele já tomou na vida. É a verdadeira medalha de ouro ao contrário."
A coordenadora técnica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e chefe da delegação em Pequim, Eliane Martins, também deu sua versão para o fracasso. Na visão da dirigente, o atleta pecou por relaxar fora de hora.
"A segunda e terceira passadas da série dele são as mais difíceis, as que têm mais piruetas. Ali, ele poderia errar. Mas fez perfeito. Então, na minha opinião, ele relaxou. Pensou: Acabou. E aí errou", ressaltou ela.
A queda tirou oito décimos da pontuação final do ginasta (15.200). O chinês Kai Zou levou a medalha de ouro com 16.050 pontos. Ou seja, acertando o elemento, Diego seria na pior das hipóteses o segundo colocado.
"A nota de partida dele só era menor que a do (romeno Marian) Dragulescu, que errou duas vezes. A Daiane, por exemplo, tinha que fazer uma série perfeita e torcer para as outras errarem. O Diego, não. Se ele acertasse a série, ninguém pegava", explicou Eliane. "Quando o ginasta cai, a arbitragem chuta o balde", completou Araújo.
Calejada pelos seguidos reveses em Atenas e Pequim, Daiane dos Santos usou palavras de incentivo para tentar diminuir a frustração do colega. "O Diego tem muita coisa pela frente. Para mim continua sendo o melhor do mundo, sem dúvida."