O recordista mundial da maratona, Haile Gebrselassie, disse que se arrependeu de ter desistido de disputar a maratona de Pequim temendo que a poluição do ar pudesse prejudicar sua saúde.
"Eu estou surpreso. O que você esperava de mim? Estive aqui em fevereiro e não vi o céu azul", disse o corredor etíope à Reuters, nesta segunda-feira, na capital chinesa, que tinha o sol brilhando no céu azul.
"Desde que cheguei aqui, tudo está perfeito. Eles deveriam nos avisar", acrescentou o fundista, sorrindo.
Perguntado se agora ele lamentava a decisão de não disputar a maratona do próximo domingo, ele sorriu de novo: "Não me pressione. Sim."
Gebrselassie, de 35 anos, que sofre de asma, anunciou em março que não participaria da maratona dos Jogos de Pequim e pediu que a China resolvesse o problema da poluição, afirmando que isso seria muito prejudicial para os atletas.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, disse no ano passado que provas de resistência como a maratona e corridas de ciclismo poderiam ser remarcadas em caso de poluição no ar de Pequim.
Os primeiros dias dos Jogos foram realmente marcados por uma neblina sobre a cidade, mas o tempo abriu bem para a segunda semana.
"É realmente bom para todo mundo que o ar esteja limpo, isso é fantástico", disse Gebrselassie.
Gebrselassie correu os 10.000 metros da Olimpíada no domingo, prova em que é bicampeão olímpico, porém terminou apenas na sexta posição, atrás dos compatriotas etíopes Kenenisa Bekele e Sileshi Sihine, que conquistaram ouro e prata, respectivamente.
"Ficar em 6o nos 10.000 não foi ruim. O único problema que tive ontem foram justamente os últimos 250, 300 metros. Eu não tenho mais arrancada. Meu treino é quase todo para a maratona."
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