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A derrota sofrida para os norte-americanos Phil Daulhausser e Todd Rogers na final do vôlei de praia da Olimpíada deixou os brasileiros Márcio e Fábio Luiz bastante abatidos. Insatisfeitos com a medalha de prata, eles já pensam no trabalho que terão nos próximos anos para se classificar para Londres-2012.
Visivelmente abalado, Fábio Luiz nem reparou quando chegou a sua vez de comentar a partida durante a entrevista à imprensa. Em sua primeira participação olímpica, conseguida após a dupla passar por uma repescagem na etapa de Marselha do Circuito Mundial, a prata não agradou nem um pouco ao jogador capixaba de 2,04 metros de altura.
"Eu não gosto de tentar, eu gosto de fazer. Vou ficar pensando um bocado de dias sobre essa derrota", disse Fábio, que teve de ser consolado no pódio pelo parceiro Márcio e na entrevista não conseguiu conter as lágrimas por algumas vezes.
"Não estou feliz, queria ter conquistado o ouro como realização pessoal. Isso era um sonho meu de quatro anos. Agora vamos ter de reconstruir tudo do zero para o próximo ciclo olímpico", disse Fábio, emendando um polido "lógico que fico contente em ter conquistado a prata para o Brasil".
Mas o fracasso no objetivo pessoal era o que mais parecia contar para ele. Nem os elogios da dupla norte-americana, que afirmou que Márcio e Fábio formam "um ótimo time", animou o jogador, que depois recebeu uma série de pedidos de autógrafos e fotos. "A gente fez tudo certo, treinamos forte ontem, mas infelizmente não deu", disse ele.
Segundo Fábio, a prata não significa o fim da dupla, que volta para o Brasil ainda neste fim de semana e no próximo disputará etapa do Circuito Mundial na Espanha.
Demonstrando estar menos abalado, Márcio afirmou que durante o jogo, a dupla "criou e depois descriou" e isso acabou prejudicando o ânimo do time, que começou abrindo uma vantagem de cinco pontos no primeiro set, ganhou o segundo e foi perder o tiebreak por 15-4.
"A gente sabe que poderia ganhar o ouro. Mas o Phil (Dalhausser) foi muito feliz no jogo, essa sequência de bloqueios que ele fez não se vê todo o dia não", disse Márcio, referindo-se ao tiebreak. O jogador afirmou que tentou mudar as jogadas com Fábio, mas a dupla norte-americana leu muito bem a defesa, caçando Fábio no ataque.
Márcio ainda brincou com Ricardo, da dupla Ricardo e Emanuel, depois que ele conquistou o bronze mais cedo. "Nem o Michael Phelps tem três medalhas de cores diferentes", disse Márcio a jornalistas referindo-se ao bronze de Ricardo em Pequim, à prata em Sydney-2000 e ao ouro em Atenas-2004.
MURO
Depois de ter perdido o primeiro set por 23-21 e de ter ganho o segundo por 21-17 a dupla brasileira começou o tiebreak perdendo por 3-0, com Dalhausser montando um verdadeiro muro contra as cortadas de Fábio. O time do Brasil perdeu a chance de reduzir para 3-2 quando Márcio mandou na rede bola que Fábio tinha acabado de salvar.
Dalhausser ainda marcou 6-1 para os EUA em bloqueio e no tempo que o time do Brasil pediu, Márcio chegou a comentar para Fábio que "desse jeito não vai dar não". O jogador norte-americano foi destaque, mandando bombas contra Fábio no saque e conseguindo bloquear dois ataques seguidos do brasileiro.
Sete pontos atrás no marcador, Márcio errou saque e o placar favorável aos norte-americanos avançou para 11-2, enquanto a torcida brasileira tentava animar a dupla sem muito sucesso. O set point para os EUA veio em cortada cruzada para fora de Fábio e a medalha de ouro ficou com Dalhausser e Rogers em novo bloqueio que fechou o tiebreak em 15-4.
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