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Na respescagem, a espanhola Isabel Fernandez foi presa fácil de Ketleyn | Kim Kyung-Hoon / Reuters
Na respescagem, a espanhola Isabel Fernandez foi presa fácil de Ketleyn| Foto: Kim Kyung-Hoon / Reuters
  • Ketleyn Quadros não deu chances para a australiana Maria Pekli e ficou com o bronze em Pequim
  • Brasileiro Leandro Guilheiro conquista o segundo bronze brasileiro em Pequim
  • Brasileiro comemora a conquista com o
  • Leandro Guilheiro comemora com a medalha de bronze no peito

Leandro Guilheiro e Ketleyn Quadros protagonizaram um dia histórico para o judô brasileiro nas Olimpíadas ao se recuperarem de derrotas na segunda rodada da competição dos leves e batalharem na repescagem para conquistar as duas primeiras medalhas para o Brasil nos Jogos de Pequim.

Os dois acabaram fazendo uma luta a mais do que os judocas que enfrentaram nas chamadas "finais do bronze", e encontraram energia para vencer. Guilheiro ganhou por ippon, o golpe perfeito no judô, e Ketleyn superou a adversária na prorrogação.

A final de bronze de Guilheiro, em que ele conquistou sua segunda medalha olímpica seguida --já havia levado o bronze em Atenas-- durou apenas 23 segundos, terminando num golpe chamado uynague, em que o lutador alavanca o adversário do chão e o lança ao ar, por sobre o corpo.

"Eu estava ali na área de espera e joguei esse ippon na minha mente mil vezes antes de entrar. Então quando saiu foi automático", disse o paulista de Suzano (SP), que derrotou o iraniano Ali Malomat.

"Foi um golpe plástico, mais bonito do que o de Atenas, que foi meio xumbrega. Eu lutei com ele (Malomat) em Moscou nesse ano e tinha aplicado uma coisa parecida, mas que não foi muito preciso, foi um koka (pontuação mínima do esporte). "Agora pensei em jogar o mesmo e deu certo."

Leandro perdeu a chance de brigar pelo ouro depois de ser derrotado pelo sul-coreano Kichun Wang, que acabou ficando com a medalha de prata. O ouro foi para Elnur Mammadli, do Azerbaijão.

Medalha inédita

O combate final de Ketleyn Quadros para o bronze, contra a australiana Maria Pekli, foi longo e só terminou no período extra, chamado "golden score", após um empate no período normal de 5 minutos.

Ela estava vencendo o período normal até 20 segundos para o fim, quando os juízes anotaram uma penalidade contra a brasileira, empatando a luta e levando para o tempo extra.

"Eu estava muito determinada, muito concentrada. Quando levei a punição, eu estava bem pra tirar", afirmou a judoca.

Foi a primeira medalha individual feminina na história das participações do Brasil nas Olimpíadas.

Também foi a primeira vez que o judô feminino conquista uma medalha olímpica e a primeira vez que o esporte leva duas em um mesmo dia.

Até Pequim, o judô era o terceiro esporte que mais havia dado medalhas para o Brasil, depois da vela e do atletismo, com 12, todas conquistadas por homens. Agora, igualou o número de medalhas da vela, que soma seis de ouro contra duas do judô.

"Eu sempre disse que não havia atletas mais técnicas que as brasileiras. A gente precisava de um trabalho de força, e elas fizeram, e precisava de um trabalho de cabeça", disse a técnica da seleção feminina, Rosicléia Campos, que exaltou o preparo físico de Ketleyn.

"Repescagem é uma atrás da outra, é pedreira. Mas ela é muito bem condicionada e muito motivada. Quando perdeu para a holandesa disse que não havia acabado ainda".

A judoca de Brasília falou da companheira Érika, com quem divide o quarto em Belo Horizonte, que se machucou e foi cortada da equipe.

"O que aconteceu com a Érika eu levei pro lado positivo. Vi que tinha que aproveitar essa oportunidade, porque ela estava chorando por uma chance, e eu não podia perder essa chance".

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