Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Pequim recorreram à defesa do Comitê Olímpico Internacional (COI), nesta quinta-feira, para tentar barrar os questionamentos sobre protestos, restrições à imprensa e direitos humanos, dizendo que a Olimpíada vai ajudar a China a se abrir e a fazer reformas. O COI tem enfrentado constantes críticas desde que escolheu Pequim como sede dos jogos, em 2001, por ter ignorado temas como liberdade de imprensa, direitos humanos e políticas externas.
"Eu era secretário-geral do comitê que escolheu a sede dos Jogos", disse o vice-presidente executivo dos Jogos, Wang Wei, depois que repórteres bombardearam a porta-voz do COI, Giselle Davies, com perguntas a respeito do embaraço de ver que a China não cumpriu suas promessas de mais liberdade.
"Eu realmente disse que os Jogos Olímpicos vão ajudar a China a realizar reformas", disse Wang.
Em 2001, a China prometeu liberdade de imprensa e transparência durante a Olimpíada. Essas promessas foram cumpridas apenas parcialmente.
"A China está se desenvolvendo rapidamente. As pessoas têm mais liberdade e elas têm muito o que dizer. Se você perguntar para o cidadão comum, nas ruas, eles vão dizer o mesmo", disse Wang. "Você tem que acreditar na maioria das pessoas, caso contrário você está enganado."
A imprensa internacional tem criticado o COI por ter falhado em assegurar acesso completo à Internet como prometido inicialmente e tem questionado a boa vontade da China em permitir protestos, mesmo os previstos para acontecer nos parques previstos para este fim.
Repetidos requerimentos que foram preenchidos solicitando às autoridades para liberar os protestos não foram respondidos.
"Penso que a China está avançando", disse Wang. "Todos podem ver que os Jogos Olímpicos são uma grande plataforma. O povo está otimista sobre seu futuro", disse ele, afirmando ainda que os conceitos prévios que as nações estrangeiras têm com relação à China não estão ajudando.
"Sinto que pessoas vêm aqui para ser críticos. Isso não significa que não estamos cumprindo nossas promessas", disse Wang. "Eu digo que os Jogos vão abrir or horizontes com relação à China.
O COI tem insistido que é uma organização esportiva, não um grupo de defesa dos direitos humanos e, enquanto os Jogos são uma força para o bem, o COI não é responsável por resolver problemas políticos em um estado estrangeiro.
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