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O Brasil saiu na frente. Obviamente não dentro de campo, mas na hora de deixar o Estádio dos Trabalhadores. Os ônibus, estacionados um à frente do outro, mostravam bem, até para quem chegasse ali naquele momento, o que havia acontecido.

No veículo da frente, o interior estava à meia luz. Os atletas brasileiros , que já haviam conseguido se desvencilhar de uma centena de jornalistas quase tão sedentos como os torcedores, pareciam abatidos, segurando a cabeça com a mão.

Já o ônibus de trás balançava, pois seus passageiros pulavam, cantavam, batiam nos vidros e, de vez em quando, apertavam a buzina para incomodar. Dava para ver tudo de fora. Lá dentro estava superiluminado.

Era o desabafo depois de tanta educação e respeito nas referências ao time brasileiro nas entrevistas. Pura chacota, mas de humor refinado – coisa permitida apenas para quem goleia o arquirival com desenvoltura.

"Agora estamos festejando. Amanhã (hoje) vamos nos preocupar com a Nigéria. Não vejo como uma revanche. Do Brasil? Não falo. Falo do meu time, que fez uma partida com muita inteligência e personalidade", afirmou o técnico Sérgio Batista, na coletiva de imprensa.

Enquanto isso, do lado de fora, o último jogador brasileiro a embarcar na condução é o paranaense Alexandre Pato. Mostra estar zonzo, bastante abalado. Mas sorri. E repete. "Fizemos de coração. Fizemos de coração. Mas infelizmente não deu." É assim durante todo o trajeto até entrar no ônibus, parece não escutar as perguntas e ter apenas uma resposta. Quando pisa no ônibus, a porta se fecha quase ao mesmo tempo que o motorista acelera.

E Ronaldinho Gaúcho? Estava no exame antidoping. Foi deixado para trás.

Já o ônibus argentino continua balançando. Espera, sem pressa, seus dois craques, Messi e Riquelme, voltarem. E quando eles voltam, uns 10 minutos depois, se vai com tranqüilidade.

E nem sinal do camisa 10 brasileiro. (CEV e MR)

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