Rafael Sóbis descobriu apenas na preleção do técnico Dunga, um pouco antes do confronto com Camarões, ontem, em Shenyang, que seria titular. A notícia surpreendeu. Ele já estava conformado em ser o reserva de luxo de Alexandre Pato, ex-companheiro de Internacional, com quem divide quarto na concentração da seleção. "Fiquei feliz por saber que ganharia mais uma oportunidade. Sempre me senti preparado", resumiu o gaúcho, autor do gol que abriu caminho para a classificação do Brasil às semifinais, contra a Argentina.
A proximidade com Pato fez Sóbis ganhar uma nova e importante função no elenco: ajudar na recuperação do futebol do amigo, criticado pela irregularidade com a camisa verde-e-amarela. "Ele tem muita vontade de acertar. Sempre que dá, nós estamos conversando, para que um possa ajudar a resolver os problemas do outro", ressaltou o atacante do Real Bétis. "Do mesmo jeito que o apoiei quando vinha jogando, agora também ele me incentivou. É uma troca", acrescentou.
O garoto de Pato Branco não sabe explicar os motivos da queda de rendimento. Em sintonia com o discurso de Dunga, prefere aceitar a reserva como uma fase de provação, um momento transitório de quem confia plenamente em sua capacidade técnica. "É o professor quem decide quem vai jogar e a mim cabe obedecer. A hora que precisar, sei que vou entrar e colaborar com o time. Vim aqui para ajudar o Brasil a ser campeão", explicou o avante do Milan. "Sou novo, estou aprendendo ainda."
Outro paranaense, o meio-campista Thiago Neves, vive momento oposto. Mesmo no banco, o ex-paranista vem se tornando um dos principais nomes da seleção olímpica. Artilheiro da equipe ao lado de Ronaldinho com dois gols, o armador foi responsável pelo passe que resultou no tento do lateral-esquerdo Marcelo, selando o triunfo por 2 a 0 sobre os africanos. "Eu já me sinto contente por fazer parte de um elenco muito forte. A confiança vem aumentando jogo a jogo. Vamos brigar pela medalha dourada, tenho certeza", disse ele.
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