Felipe Wu confirmou a expectativa e se tornou o primeiro brasileiro a subir no pódio na Rio-2016 ao conquistar a prata na prova de pistola de ar 10 metros. Para o atirador paulista -- que somou 202,1 pontos, contra 202,5 do campeão, o vietnamita Xuan Vinh Hoang, e 180,4 do chinês Wei Pang, medalha de bronze -- esse é só começo de sua jornada olímpica, já que o tiro esportivo permite que o atleta siga no esporte até idade mais avançada do que outras modalidades.
“Sou bem novo [para a modalidade]. Eu era o mais novo da final e um dos mais novos de toda a disputa na Olimpíada”, ressalta o atirador, de 24 anos. “Esse não é o ápice da minha carreira, mesmo eu estando na minha melhor forma. Tenho muitas outras metas no esporte, e a primeira delas já é o Mundial de 2018”, reforça o atirador.
Tão novo que, se não fosse o ingresso no Exército em 2015, dentro do Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) , parceria entre os ministérios do Esporte e da Defesa para incluir esportistas nos quadros das Forças Armadas, Wu sequer poderia ter equipamento para competir. Como a legislação brasileira não distingue arma esportiva da de defesa e o porte só é permitido a partir dos 25 anos, ao se tornar militar Wu pôde driblar essa burocracia. Após a final da prova neste sábado, o atirador foi parabenizado no estande de tiro pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e recebeu uma ligação do ministro do Esporte, Leonardo Picciani.
Apesar do salto na carreira após o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e a conquista de duas das quatro etapas da Copa do Mundo desse ano ,culminando com a prata na Olimpíada, Wu agora pretende conciliar o esporte e estudos .
“Eu gosto de estudar. E só fazendo esporte você fica um pouco maluco, porque você não tem mais hobby. Antes o tiro era meu hobby”, explica o atleta, fã do personagem Harry Porter e estudante de engenharia aeroespacial.
Nesta quarta (10), Wu retorna ao estande de tiro para a disputa da prova pistola 50 metros da Olimpíada.
Tabu de 96 anos
A conquista de Wu também marca o fim do jejum mais longo de medalhas nas participações olímpicas basileiras. Há 96 anos, desde a Olimpíada Antuérpia-1920, o país não subia no pódio.
Na Bélgica em 1920, o tenente-coronel do Exército Guilherme Paraense entrou para a história como o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro olímpica, na prova de tiro de revólver. Nos mesmos Jogos, o Brasil também conquistou o bronze por equipes.
“Demorou [para o Brasil conquistar medalha no tiro]. Mas, agora quando as pessoas vierem me entrevistar, vão falar da medalha que eu conquistei em 2016, não da de 1920”, festeja Wu.
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