27. Este é o número considerado chave para o Brasil nos Jogos do Rio. É a quantidade de pódios considerada necessária para o país ficar, pela primeira vez na história, no top 10 no quadro de medalhas, objetivo estabelecido pelo comitê olímpico nacional (COB).
VEJA os atletas brasileiros mais bem cotados
Em Londres-2012, o time verde-amarelo somou 17 conquistas. Para chegar à meta em casa, é preciso registrar um crescimento de 58%, índice que, nas últimas cinco Olimpíadas, foi alcançado apenas pela China como país anfitrião. A nação asiática recebeu o maior evento esportivo mundial em 2008 e conquistou 100 medalhas, 37 a mais na comparação com Atenas-2004. A Grã-Bretanha, última sede, passou de 47 para 65 pódios entre um ciclo olímpico e outro – evolução de 38%.
CRITÉRIO
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) quer ver o país entre os dez melhores do mundo no número total de medalhas (soma de ouros, pratas e bronzes) e não considera a classificação que tem como critério principal apenas a quantidade de ouros conquistados, adotada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Ou seja, se determinado país levar 10 ouros e 20 medalhas no total, e o Brasil conquistar só cinco ouros, mas 27 medalhas no conjunto, o time brasileiro estaria à frente na classificação segundo os critérios do COB. A entidade nacional justifica que países podem conquistar vários primeiros lugares em apenas uma modalidade, o que os torna potência em um esporte específico, mas não no todo.
A revista norte-americana “Sports Illustrated”, que tradicionalmente projeta todo os medalhistas antes dos Jogos, prevê o Brasil com 20 pódios (6 ouros, 4 pratas e 10 bronzes) e fora do top 10.
Para contrariar a previsão, terão papel essencial as modalidades carros-chefe da delegação brasileira: judô e vôlei (quadra e areia). A missão é que destes esportes venham pelo menos um terço das 27 medalhas nacionais.
Por isso, os primeiros dias da Olimpíada já serão fundamentais. As disputas no tatame começam neste fim de semana e vão de forma ininterrupta até a próxima sexta-feira (12). Os primeiros a lutar, neste sábado (6), serão dois medalhistas de Londres-2012: Sarah Menezes e Felipe Kitadai.
“O que tinha de ser feito de treinamento, foi feito. A preparação foi dura. Vou dar meu melhor e a medalha pode ser uma consequência”, diz Kitadai, que ameniza a cobrança por resultados. “A delegação do Brasil é grande e a pressão está bem dividida”, brinca o lutador, bronze nos últimos Jogos.
As grandes apostas no judô são as mulheres. Todas as sete representantes brasileiras estão atualmente entre as 15 melhores do mundo. Entre os homens, são só dois. Três meninas estão no top 5: Mayra Aguiar, Érika Miranda e Sarah, que ainda carrega o status de atual campeã olímpica na categoria até 48kg. “Existe pressão com certeza, mas procuro não ficar com isso na cabeça”, despista a judoca.
As finais do vôlei serão nos últimos dias da Rio-2016 e existe a expectativa de 100% de aproveitamento, ou seja, pódio com as quatro duplas na areia e com os times feminino e masculino na quadra. Uma grande responsabilidade nas costas dos atletas.
“A pressão existe sim. No vôlei, o Brasil está entre os melhores do mundo há muitos anos, então isso traz para gente um peso a mais. E jogamos dentro de casa, o que é especial, mas também nos traz responsabilidade de fazer bonito, ganhar medalha, conquistar o ouro”, admite a capixaba Larissa que jogará ao lado de Talita em Copacabana.
Não basta, porém, ser bem-sucedido nas modalidades onde já alcançou pódios em edições recentes - além de vôlei e judô, vela, futebol, natação, atletismo, boxe, hipismo e ginástica entram nesta conta. É fundamental conseguir medalhas em esportes não tradicionais no país. O Brasil tem atletas bem cotados na canoagem, luta olímpica, tiro esportivo, tiro com arco e esgrima, por exemplo. Sem essas ‘zebras’, o sonhado top 10 ficará distante.
Apostas para ouro
Vôlei de quadra: os times feminino e masculino são muito bem cotados. As meninas conquistaram o Grand Prix há menos de um mês e são as atuais bicampeãs olímpicas. As principais oponentes são China e EUA. Já os homens alcançaram a final nos três últimos Jogos. A equipe de Bernardinho perdeu a Liga Mundial em julho, mas foi derrotado pela Sérvia que não vem para a disputa no Rio.
Vôlei de praia: imaginar uma dobradinha no masculino e feminino não é um sonho distante. Alison/Bruno são os atuais campeões mundiais e a dupla número 1 do mundo. Pedro/Evandro, dupla em 4.º lugar no ranking, venceram a última etapa do circuito. Entre as meninas, Juliana/Larissa lideram o ranking, enquanto que Ágatha/Bárbara venceram o Mundial de 2015, na Holanda.
Arthur Zanetti (ginástica): o brasileiro é o atual campeão olímpico nas argolas e segue com apresentações em alto nível. Quem pode estragar a festa no Rio de Janeiro é o grego Eleftherios Petrounias, atual campeão europeu e mundial. No entanto, no último duelo entre eles, no evento-teste oficial para os Jogos, em abril, o paulista levou a melhor, deixando rival com a medalha de prata.
Mayra Aguiar (judô): a gaúcha foi bronze nos Jogos de Londres, em 2012, mas tem tudo para subir mais alto no pódio competindo em casa. Lutando na categoria até 78 kg, ela foi muito regular durante este ciclo olímpico, constantemente chegando a finais nos Grand Slams. Ainda levou o ouro no Mundial de 2014. A norte-americana Kayla Harrison, atual campeã olímpico, é o obstáculo no caminho.
Futebol masculino: a estreia foi muito decepcionante: 0 a 0 contra a África do Sul, mas o time liderado por Neymar não perdeu o status de favorito. O astro do Barcelona, aliás, é o único atleta top que está nos Jogos, o que é um diferencial. Porém, o trauma de nunca ter conseguido o ouro e o peso do 7 a 1 em uma competição em casa podem atrapalhar a equipe comandada por Rogério Micale.
Tem chance de pódio
Robert Scheidt, Martina e Kahena, Fernanda e Ana Luiza
Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto
Isaquias Queiroz e Erlon Souza
Sarah Menezes, Érika Miranda, Maria Suelen, Rafaela Silva, Victor Penalber, Rafael Silva
Fabiana Murer, Thiago Braz, Erica Sena e revezamento 4x100 feminino
Bruno Fratus, Thiago Pereira, Felipe França e revezamento 4x100 livre
Aline Silva
Felipe Wu
Yane Marques
Robson Conceição e Robenilson de Jesus
Diego Hypolito e Flávia Saraiva
Marcelo Melo e Bruno Soares
Fernando Reis
Iris Sing
Handebol feminino; basquete masculino