A Federação Internacional Equestre (FIE) diz estar confiante com a realização das provas de hipismo no Rio de Janeiro, nos Jogos Olímpicos do ano que vem.
Presidente da CBH revela que hipismo da Olimpíada pode ser fora do Brasil
Leia a matéria completaA declaração vem após o presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), Luiz Roberto Giugni, afirmar, na quarta-feira (7), de que as disputas da Rio-2016 poderiam ser realizadas fora do Brasil. A entidade que rege a modalidade mundialmente e, consequentemente, na Olimpíada, diz que espera por sucesso nos Jogos no complexo de Deodoro.
“Estamos confiantes de que nossos cavalos serão liberados para entrar e sair do Rio para disputar os Jogos Olímpicos de 2016 ao lado das outras modalidades olímpicas. Esperamos que as competições olímpicas do hipismo sejam um sucesso em Deodoro no próximo ano”, afirma nota da FIE assinada pelo presidente da entidade, o belga Ingmar De Vos.
A polêmica foi iniciada após o presidente da confederação brasileira declarar que o Ministério da Agricultura ainda não emitiu o certificado sanitário para liberar a entrada e saída de cavalos da Europa, EUA e Canadá no país.
“Se esse problema não for resolvido até o fim do mês, corremos o risco de não ter o evento no Brasil. A situação é complicada”, disse Giugni. “Europeus, americanos e canadenses não têm garantias de trazer cavalos para cá e eles serem encaminhados de volta. Estamos atrasados. A comunicação com o ministério é ruim”, completou o brasileiro.
De acordo com o comunicado da federação internacional, “Giugni tem nos auxiliado bastante ativamente durante estas negociações, e apreciamos seus esforços para ajudar a comunidade equestre nas discussões com seus compatriotas. Ele está fazendo toda a pressão possível para alcançar isto.”
“Tivemos conversas no início desta semana, e eu espero que o Ministério da Agricultura emita este certificado o quanto antes para que nós possamos dar sequência com a nossa preparação para os Jogos Olímpicos, e que os protocolos de biossegurança garantam a entrada e saída segura dos cavalos olímpicos”, disse Ingmar De Vos.
Protocolos
Segundo o presidente da FIE, há algum tempo essa negociação está sendo feita entre o comitê organizador da Rio-2016, as autoridades da cidade, junto com o Ministério da Agricultura, para ter os certificados e protocolos veterinários que definirão as condições para a entrada e saída de cavalos que irão competir nos Jogos Olímpicos.
“O processo de aprovação para os certificados de saúde equina por parte do Ministério da Agricultura já tomou bastante tempo e ainda não foi finalizado. Isto tem um impacto importante, já que atrasa o planejamento e a preparação dos cavalos que farão parte dos Jogos”, conclui a FIE.
Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que os procedimentos estão dentro do prazo combinado no cronograma de recebimento e emissão de documentos para a Olimpíada.
“O ministério descarta qualquer possibilidade de não realização dos eventos no Rio de Janeiro, no período de 5 a 21 de agosto de 2016, devido a questões de competência desta pasta”, disse a pasta em nota.
Ainda segundo o ministério, “as autoridades veterinárias oficiais brasileiras avaliam solicitação da União Europeia para análise de uma nova proposta de certificação veterinária internacional para os animais que participarão das Olimpíadas. Essa solicitação é datada de 16 de setembro passado e, conforme estabelecido com a Autoridade Pública Olímpica, será respondida ainda esta semana”.
“O Mapa lamenta a divulgação de versões produzidas à margem da Autoridade Olímpica, com motivações que certamente não estão em sintonia com o esforço geral pelo êxito das Olimpíadas”, afirma comunicado do ministério.
O comitê Rio-2016 diz que está “otimista” para que o caso se resolva “o mais rapidamente possível” e “não trabalha com alternativa” de local.
Em 1956, nos Jogos de Melbourne, na Austrália, por problema burocrático similar, as provas de hipismo foram realizado em Estocolmo, na Suécia.
Morno
O local que vai sediar as provas do hipismo na Rio-2016, em Deodoro, recebeu em agosto um evento-teste, mas sem a presença de estrangeiros.
Na ocasião, dois cavalos oriundos de um haras de São Paulo interditado por suspeita de mormo participaram da competição.
O mormo é uma doença equina letal transmitida por uma bactéria. A liberação dos animais ocorreu pela secretaria de Defesa Agropecuária de São Paulo, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, após o cavaleiro Marcelo Tosi, dono dos dois cavalos que foram ao evento, apresentar testes válidos por 60 dias, que resultaram em negativo para a doença.
No entanto, os exames foram realizados em laboratórios nacionais cujos resultados não são reconhecidos internacionalmente por não possuírem a chamada Norma ISO. Além disso, o período de incubação da doença é de seis meses.
Em julho, o Ministério da Agricultura cancelou às pressas o sacrifício de 45 cavalos que estariam contaminados com o mormo. Os animais estavam aquartelados em uma área perto do Complexo de Deodoro.
Segundo oficiais do Exército, o exame que identificou a bactéria da doença no organismo dos animais seria inconclusivo. Eles também disseram que a pressa em abater os animais estaria associada à proximidade do evento-teste.
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