Até os 19 anos de idade, a paranaense Haline Lemes Scatrut não se interessava por rúgbi, apesar de conhecer o esporte desde criança – seu padrasto foi atleta e sempre esteve envolvido com o esporte. Praticar, então, nem sequer cruzava seus pensamentos.
“Achava meio esquisito, meio brutal”, conta a curitibana, hoje com 23 anos e a um passo de defender a seleção brasileira de rúgbi de sete na Olimpíada do Rio, em 2016.
A percepção sobre o jogo mudou radicalmente. A garota que gostava de praticar esportes na escola – vôlei, handebol e futsal estão na lista modalidades tentadas – finalmente se encontrou em um meio muito menos violento do que imaginava.
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“Quando falo que jogo rúgbi as pessoas levam um susto, falam que não tenho tamanho para isso. Acham que meu perfil seria de homem. Mas não é isso. Ainda mais no rúgbi de sete, que é de muita velocidade, agilidade”, explica a atleta do Curitiba Rugby, com ‘modestos’ 1,69 m e 64 kg.
Haline redescobriu o rúgbi por acaso. Aos 12, ela se mudou com a família para Bombinhas, no litoral catarinense. Seis anos depois, saiu de casa e foi para Florianópolis, onde prestou vestibular. Não passou e começou a trabalhar. Por influência do padrasto, decidiu treinar no Desterro Rugby para manter a forma.
Em seis meses, recebeu convite para jogar na equipe curitibana, com direito a bolsa em uma faculdade de educação física. Não perdeu a oportunidade.
“Estamos treinando para sermos competitivas na Olimpíada. Pelo menos um jogo vamos ganhar”
Hoje, ela vive em São Paulo e treina com a seleção permanente, onde 27 atletas disputam 12 vagas do time brasileiro para os Jogos do Rio. Recebe moradia, alimentação e bolsa-auxílio que chega a R$ 3, 5 mil. Além disso, foi eleita a cozinheira do apartamento que divide com outras cinco colegas do time.
“Vira e mexe fico pensando o que estou fazendo nesse lugar, vim parar aqui do nada. Mas tenho ciência de que tudo o que tem acontecido e sou muito grata ao esporte”, diz Haline, medalha de bronze no Pan de Toronto, em julho.
Graças ao rúgbi, o passaporte da paranaense está repleto de carimbos. Ela já viajou para competir na Austrália, Rússia, Holanda, Inglaterra, Emirados Árabes e para a terra dos melhores do mundo, a Nova Zelândia.
A maior emoção, contudo, está por vir. “Não tenho ideia do que seja jogar uma Olimpíada”, admite, ansiosa. “Estamos treinando para sermos competitivas. Mas pelo menos um jogo vamos ganhar”, promete Haline.
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