É fácil diferenciar o turista brasileiro do estrangeiro na loja oficial da Rio-2016 no calçadão de Copacabana.
VEJA FOTOS dos produtos com preço
Quem é de fora do país compra uma lembrancinha ou outra. Já o brasileiro, a maioria das vezes, entra na megastore de 1,8 mil metros quadrados só para tirar uma foto com o boneco do mascote olímpico Vinícius. Os preços altos dos 3 mil produtos licenciados na loja e a falta de dinheiro da população não permitem mais do que isso para muita gente.
“Quem reclama dos preços são os brasileiros. Com os gringos não tem problema”, relata uma das vendedoras.
Não é para menos. Uma bola com a logo dos Jogos custa R$ 300. Uma réplica da tocha do tamanho de um lápis sai por R$ 110. Uma almofada pequena sai por R$ 160, enquanto que uma simples caneta sai por R$ 25.
No vestuário, os preços são ainda mais chamativos. A camiseta adulta custa R$ 100. A pólo sobe para R$ 140 e a infantil vale R$ 80.
Nas roupas de praia, mais preços exorbitantes: o biquíni custa R$ 275 e a sunga, R$ 160.
Mas o que mais assusta o público que vai à megastore é o casaco da Nike semelhante ao que os atletas da delegação brasileira estão usando nos treinos para os Jogos : R$ 750.
Já quem quiser comprar outro modelo de casaco, o mesmo com o qual os atletas brasileiros subirão ao pódio quando conquistarem medalhas, vai ter de gastar muito mais: R$ 1.499, 90 ( neste caso, a peça é vendida só nas lojas da Nike).
“Fico triste de não poder ter uma camiseta ou um boné oficial. É tudo muito caro”, afirma a recepcionista Vanilda Vieira Fidélis, de 48 anos.
Atletas brasileiros fazem a festa no hasteamento da bandeira na Vila Olímpica
Leia a matéria completaJá a bancária aposentada Maria Aparecida Renó, 59 anos, terá de procurar outra opção para adquirir um boneco do mascote Vinícius para cada uma das três netas e escapar dos R$ 180 do modelo mais barato da loja oficial.“Vou ter que ir no Saara ver se acho algo mais em conta”, diz a avô, referindo-se ao tradicional comércio popular no Centro do Rio de Janeiro.
O fisioterapeuta Diogo Valente Guimarães, 36 anos, gastou R$ 230 na compra de um mascote para cada um dos filhos, Miguel, de 8 anos, e Arthur, de 2. “Eles estavam querendo pelo momento, com a Olimpíada chegando”, explica. Mesmo assim, Guimarães admite: “Eu não queria comprar agora, porque daqui três meses esses bonecos não vão custar nem a metade desse preço”.
Ainda caro
Na Uruguaiana, outro centro comercial popular, vizinho ao Saara, um grupo de comerciantes se uniu para comprar em conjunto camisetas oficiais da Rio-2016 para revender. Lá, o valor da peça é exatamente a metade do cobrado em Copacabana: R$ 50.
Mesmo assim, o preço revolta a clientela, diz William Andrade, 45 anos, dono de um box na Uruguaiana, que pegou 30 peças para revender. “O povo chega pensando que vai pagar R$ 30 ou comprar duas por R$ 50, que são os preços das camisetas de turistas que a gente vende”, diz.
Sábado (30), quando começou a comercializar as peças, Andrade não vendeu nenhuma. “É a crise. Na Copa, só no primeiro dia, vendi umas 50 camisetas”, compara.
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