Rambo (à esquerda) é conhecido por seu estilo louco em campo| Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COB

O nome é Gustavo de Albuquerque, mas pode chamar de Rambo. Ponta da seleção brasileira de rugby sevens que estreia nesta terça-feira (9), às 13h30, na Rio-2016, o paranaense de 25 anos é conhecido por seu estilo meio louco em campo, tal qual o soldado americano interpretado por Sylvester Stallone na série de filmes da década de 1980.

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O maringaense de 1,72 m de altura e 85 kg garante encarar qualquer adversário. Nos dois jogos iniciais da primeira fase, os Tupis pegam Fiji, atuais campeões mundiais da modalidade, e Estados Unidos.

Em ambos os casos, os estrangeiros têm médias físicas muito superiores: 1,86 m e 95,7 kg para o time da Oceania e 1,85 m e 92,5 kg para os norte-americanos. Mas quem disse que tamanho é documento? “Sempre fui meio louco de não ter medo, ir pra cima”, conta Albuquerque, entre risos.

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Rambo é o único paranaense na seleção 

“Comecei a praticar o esporte aos 15 anos e só jogava com um pessoal acima de 20. Eu era o moleque. Tinha uns caras enormes lá que o pessoal tinha receio de ir para cima, mas eu ia mesmo. Me arrebentava, saia sem ombro, mas enfrentava”, acrescenta o jogador do Curitiba Rugby.

Não era incomum Gustavo sair sangrando dos treinos. Com frequência, cortava a orelha na hora do tackle – movimento para derrubar o adversário. Resolveu o problema amarrando na cabeça a primeira faixa que encontrou. Era vermelha, exatamente como a do ex-combatente da Guerra do Vietnã na ficção. “E eu maluco daquele jeito, começaram a me chamar de Rambo”, relata.

A loucura, contudo, não será suficiente para que o Brasil passe de fase na Olimpíada. A própria Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) admite que o carro-chefe na competição era a equipe feminina, que venceu duas vezes nos Jogos e, com o nono lugar, conquistou a inédita vaga na série mundial.

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Elas garantiram uma participação crucial para um salto na evolução do esporte. No caso dos homens, o precipício ainda é muito grande para o pulo.

A diferença para as grandes seleções mundiais é visível, especialmente na questão de experiência. Desde 2013, a CBRu tem uma seleção permanente em São José dos Campos. O resultados já melhoraram consideravelmente. Uruguai e Chile, que antes costumavam bater os brasileiros, têm perdido jogos frequentemente. A grande força do continente segue sendo a Argentina, a potência continental do rugby, com quem o Brasil medirá forças na quarta (10). Os hermanos serão rivais também por uma vaga para Tóquio-2020.

Antes do próximo ciclo olímpico, contudo, o importante é aprender com a Rio-2016. Mas vá dizer isso para um maluco para ver o que acontece. “Estamos bem treinados e preparados para dar o nosso melhor. Este é um ambiente olímpico. E é aqui que surpresas acontecem. Vamos fazer de tudo para ter os melhores resultados. [Os adversários] são de carne e osso também”, enfatiza Rambo.